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Apagão na Venezuela mata pelo menos 17 doentes. “Caos e indignação”, escreve Guaidó

10 mar, 2019 - 11:24 • Redação

É o pior “apagão” no país. Nicolás Maduro fala em "guerra elétrica" da parte dos EUA e do autoproclamando Presidente interino Juan Guaidó.

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Um incêndio na central elétrica da Venezuela estará na origem do apagão que afeta o país desde quinta-feira e que já causou, pelo menos, 17 mortos nos hospitais, 15 dos quais renais.

Segundo a Federação de Trabalhadores da Indústria Elétrica, o incêndio causou o sobreaquecimento de duas linhas e a sobrecarga de uma terceira, tendo resultado em falhas no abastecimento.

O porta-voz disse ainda ao jornal “El Nacional de Venezuela” que não existem funcionários com o conhecimento técnico para resolver a avaria.

Mas o Presidente venezuelano, Nicolás Maduro, tem outra versão dos factos e garante que na origem do “blackout” esta um ataque cibernauta.

“Foi utilizada uma tecnologia de alto nível que só os Estados Unidos possuem”, afirmou no sábado. "Sofremos um ataque, um ciberataque internacional contra o cérebro da nossa empresa elétrica", apontou ainda.



Nicolás Maduro fala ainda em derrota do “golpe de Estado” de Juan Guiadó. “Derrotámos o seu golpe de Estado, que acabou por torná-lo num palhaço. Tentaram converter em presidente ilegítimo uma pessoa numa praça pública e é já hoje evidente no mundo que nem é presidente nem é nada. Palhaço e fantoche é esse senhor. Cidadão delinquente", afirmou Maduro.

Já o autoproclamado Presidente interino culpa a ineficiência do Governo de Maduro e anunciou que vai percorrer o país para recolher apoio.

"Anuncio a viagem. A minha viagem e dos deputados por toda a Venezuela para trazer definitivamente as pessoas a Caracas", disse Juan Guaidó que, no Twitter, manifestou preocupação com a situação no país.


O apagão dura há três dias e não se sabe quando poderá ficar resolvido.

15 doentes renais morrem por falta de diálise

Por causa da falta de eletricidade, vários doentes já perderam a vida devido à dificuldade em realizar cirurgias ou tratamentos médicos.

Quinze doentes renais morreram por falta de diálise, avança uma organização defensora do direito à saúde e à vida.

Quatro das 15 mortes ocorreram no Hospital Miguel Pérez Carreño, em Caracas, indicou o diretor da Codevida, Francisco Valencia, sublinhando que "a situação das pessoas com insuficiência renal é muito crítica", uma vez que a quase totalidade das unidades de diálise está parada devido à falta de eletricidade que afeta o país desde quinta-feira.

"Vamos imaginar-nos no hospital neste momento. Como seria uma emergência neste momento no hospital? Não o quero imaginar. Eu só rezo a Deus por aqueles que estão num bloco operatório neste momento", diz um venezuelano à agência Reuters.

Comentários
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  • Manuel Coelho
    10 mar, 2019 12:10
    Não tenho palavras. Como é possivel a mente humana ter desvios malêficos e de tanta insensibilidade.

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