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​“Buraco do Novo Banco não nasceu nesta legislatura”, diz Mário Centeno

07 mar, 2019 - 19:19 • Redação, com Lusa

Ministro das Finanças disse no Parlamento que o "buraco já existia" e foi passado para o banco bom de "forma inexplicável", apontando responsabilidades ao anterior Governo.

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Ativos tóxicos passaram para o Novo Banco de “forma inexplicável”, afirma o ministro das Finanças, Mário Centeno, que aponta responsabilidades ao anterior Governo PSD/CDS.

Na comissão parlamentar de Orçamento e Finanças, Mário Centeno declarou que “o buraco do Novo Banco não nasceu nesta legislatura”.

O ministro disse aos deputados que o "buraco já existia" e foi passado para o banco bom de "forma inexplicável".

Por isso, o governante defende a importância da realização de uma auditoria para saber como foram concedidos créditos de pouca qualidade ao longo de muitos anos.

A administração do Novo Banco anunciou, na semana passada, que vai pedir mais 1.149 milhões de euros ao Fundo de Resolução para se recapitalizar.

"A verdade é como o azeite, vem sempre ao de cima"

Na audição desta quinta-feira em sede de comissão parlamentar, o deputado do PSD Duarte Pacheco disse que o Governo não pode ter sido surpreendido por estes montantes de perdas, uma vez que foi este executivo que aceitou a venda ao fundo Lone Star e a criação de um mecanismo de compensação para perdas, até 3.890 milhões de euros, questionando o ministro quanto irá custar no total o Novo Banco.

"Se nada tem a esconder, aceite que a auditoria seja a tudo o que tem acontecido. A verdade é como o azeite, vem sempre ao de cima", disse o social-democrata.

Em resposta, Centeno disse que neste caso o que está a vir ao de cima é o resultado das decisões tomadas aquando da resolução, no verão de 2014, quando ficaram no Novo Banco - então tido como 'banco bom' - ativos que se revelaram 'tóxicos'.

"O que foi tentando esconder como banco bom, não era, era um banco muito mau. (...) E é como o azeite, a parte má que deixaram ficar no Novo Banco vem sempre ao de cima", afirmou.

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  • José Nabo
    09 mar, 2019 23:29
    Pois... nasceu com o Sócrates!! Costa e Centeno, a primeira mentira: o Fundo de Resolução dificilmente seria acionado pela Lone Star… Quando o governo da geringonça vendeu o Novo Banco ao fundo americano, em outubro de 2017, Mário Centeno e Mourinho Félix garantiam que a probabilidade de recurso à garantia pública, ao Fundo de Resolução, era baixa. Quando ficou fechada a venda foi criado um mecanismo de capital contingente que obriga o Fundo a injetar dinheiro no banco. Em 2018 foram quase 800 milhões. Agora, passados menos de 2 anos, o Fundo de Resolução vai ser chamado a contribuir com mais 1.149 milhões de euros para o banco se recapitalizar. Montante que impacta diretamente nas contas públicas, porque o Fundo consolida no Orçamento do Estado. A segunda mentira: Costa, depois de brincar com a malta dizendo que se trata do banco péssimo, afirma que o Governo não dispõe de qualquer informação que venha a exigir da parte do Estado qualquer outra intervenção, além dos 3,9 mil milhões de euros que decorrem do Fundo de Resolução. Agora sabe-se, duma previsão do Governo e Comissão Europeia, que o Estado português poderá ter que assumir mais responsabilidades perante o Novo Banco, num cenário mais adverso, como financiar uma recapitalização adicional para assegurar a solvência da instituição bancária (além do limite de 3,89 mil milhões de euros). É um poço sem fundo! Até quando?
  • J M
    08 mar, 2019 Seixal 16:38
    Mais uma demonstração cabal do encobrimento, das vigarices e da incompetência do PSD.
  • Cidadao
    07 mar, 2019 Lisboa 21:28
    Enquanto se vão culpando uns aos outros, vai continuando a sangria dos dinheiros públicos, ninguém vai preso, não se deixa falir um Banco mais que falido e prefere-se continuar a encher este poço sem fundo, com o dinheiro dos nossos impostos. Depois claro que não há para Serviços Públicos capazes, nem para o SNS, nem para a Ferrovia, nem para infraestruturas indispensáveis, já para não falar em descongelamentos de carreiras, salários e pensões condignas. Eu diria : "precisamos de uma mudança nas próximas Eleições". O pior é que os "outros" merecem ainda menos que "estes": já la estiveram e a única coisa que me lembro que fizeram foi cortes sobre cortes, despedimentos, fecho de serviços públicos, aumentos brutais de impostos, e virar uns contra os outros. Moral da História: em 6 de Outubro, se calhar é melhor levar uma moeda no bolso...

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