Emissão Renascença | Ouvir Online
A+ / A-

Crise na Venezuela

Guaidó regressa a Caracas. "Entrámos na Venezuela como cidadãos livres"

04 mar, 2019 - 16:30 • Joana Azevedo Viana , Tiago Palma

Autoproclamado Presidente interino da Venezuela já aterrou na capital depois de um périplo pela América Latina.

A+ / A-
Juan Guaidó. "Quem usurpa funções não é Presidente"
Juan Guaidó. "Quem usurpa funções não é Presidente"

O autoproclamado Presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, aterrou esta segunda-feira no aeroporto de Caracas (a aguardá-lo tinha diversos embaixadores de países da União Europeia) após ter anunciado que pretendia voltar ao país, onde enfrenta ameaça de represália pelo Governo de Nicolás Maduro.

A notícia da chegada de Guaidó à Venezuela foi avançada pela Reuters por volta das 16h30, hora de Lisboa. A agência cita imagens de estações de televisão locais, que mostram Guaidó a aterrar em Caracas depois de um périplo por capitais da América Latina.

A informação foi entretanto confirmada pelo próprio Guaidó no Twitter.

"Entrámos na Venezuela como cidadãos livres, que ninguém diga o contrário. Já estou a sentir em mim o sol de Guaira, o ânimo do povo que nos espera aqui", escreveu o líder do partido da oposição Vontade Popular e presidente da Assembleia Nacional, em referência à localidade de Guaira, de onde é natural.

Vários milhares de apoiantes do líder da oposição concentraram-se, durante a tarde (manhã na Venezuela) desta segunda-feira, em Las Mercedes, no leste de Caracas, atendendo, desta forma, a um pedido do próprio Juan Guaidó.

Os Estados Unidos e a União Europeia, cuja maioria dos Estados-membros já reconheceu a liderança interina de Guaidó, já avisaram que vão responder a qualquer tentativa de detenção do líder da oposição.

A crise política na Venezuela agravou-se em 23 de janeiro, quando o líder da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, se autoproclamou Presidente da República interino e declarou que assumia os poderes executivos de Nicolás Maduro.

Guaidó, 35 anos, contou de imediato com o apoio dos Estados Unidos e prometeu formar um governo de transição e organizar eleições livres.

Nicolás Maduro, 56 anos, no poder desde 2013, recusou o desafio de Guaidó e denunciou a iniciativa do presidente do parlamento como uma tentativa de golpe de Estado liderada pelos Estados Unidos.

A maioria dos países da União Europeia, entre os quais Portugal, reconheceram Guaidó como Presidente interino encarregado de organizar eleições livres e transparentes.

A repressão dos protestos antigovernamentais desde 23 de janeiro provocou já 40 mortos, de acordo com várias organizações não-governamentais.

Esta crise política soma-se a uma grave crise económica e social que levou 2,3 milhões de pessoas a fugirem do país desde 2015, segundo dados das Nações Unidas.

Na Venezuela residem cerca de 300.000 portugueses ou lusodescendentes.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • 04 mar, 2019 16:51
    Nao sei se ha carnaval na venezuela! Podia sair do aviao mascarado " pro outro nao ver!

Destaques V+