23 fev, 2019 - 10:23 • Redação
Mais de metade dos adolescentes portugueses fala na Internet com pessoas que não conhece e 44% chega mesmo a encontrar-se com elas.
São dados revelados no estudo europeu “Kids On Line”, que em Portugal teve a colaboração da Universidade Nova.
De acordo com esse estudo, são cada vez mais os jovens que visitam sites com conteúdos perigosos, 46% dos que têm entre os 9 e os 17 anos admitiram ter visto no último ano imagens de violência contra as pessoas e animais.
Uma percentagem semelhante pesquisou sites sobre automutilação e 43% confrontaram-se com mensagens de ódio baseadas na raça, na religião ou nacionalidade.
Um em cada três pré-adolescentes e adolescentes viram pessoas a falar de experiências com droga e 29% acedeu a páginas que explicavam como cometer o suicídio.
São dados que devem merecer uma reflexão e servir de tema a muitas conversas em casa, mas, segundo o especialista em internet segura Tito Morais, os pais não devem entrara em pânico porque os jovens acedem a conteúdos perigosos com diferentes motivações.
“O facto de uma criança procurar sobre suicídio e automutilação não significa que se queira suicidar ou automutilar, quer dizer que quer saber sobre esse assunto. Pode querer saber sobre as motivações, o que leva os colegas a automutilar-se.”
Pedro Tito de Morais aconselha vigilância, mas também calma, aos pais. “O papel do pai não é entrar em pânico porque o filho fez uma pesquisa sobre suicídio, é saber porquê.”
“Acho que isso deve funcionar como ponto de partida para uma conversa familiar entre pais e filhos, para falarem sobre o assunto”, conclui.