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A ministra ligou e acabou com a greve de fome do presidente de sindicato de enfermeiros

22 fev, 2019 - 14:31 • Redação com Lusa

Carlos Ramalho já tinha admitido suspender a greve esta sexta-feira, depois de o Governo ter anunciado que vai retomar as negociações com os sindicatos.

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Um telefonema pôs fim à greve de fome do presidente do Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal, que tinha começado há dois dias.

Marta Temido confirmou aos jornalistas que falou com Carlos Ramalho e a reabertura das negociações com os enfermeiros.

“Confirmar que sim, que falei hoje com o senhor presidente do SINDEPOR, que lhe manifestei a minha preocupação e que lhe dirigi o mesmo apelo que dirigi aos outros dirigentes sindicais por estes dias, que é o de que nos sentemos a tratar de outros temas, que também existem e que estou certa que os enfermeiros reconhecem que são relevantes e que não são concretamente a questão da carreira de enfermagem”, afirmou a ministra, no Porto.

A intenção de retomar as negociações foi anunciada esta sexta-feira pela tutela, segundo a qual "estas reuniões incidem em temas como a organização do tempo de trabalho e a avaliação de desempenho".

A Associação Sindical dos Profissionais de Enfermagem – também envolvida na greve às cirurgias – confirma na Renascença que as razões que levaram à greve não fazem parte das novas conversações previstas com o Governo.

O prazo dado pelo Governo é até aos primeiros dias de março.

Face à notícia de novas negociações, o presidente do Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal anunciou admitir suspender a greve de fome.

Carlos Ramalho, que entrou em greve de fome na quarta-feira e está desde esse dia nos jardins em frente ao Palácio de Belém, em Lisboa, disse que só terminaria o protesto quando o Governo retomasse as negociações com o Governo.

"A senhora ministra [da Saúde, Marta Temido] telefonou-me e também recebi aqui [no jardim] um elemento do ministério que me veio comunicar isso", afirmou Carlos Ramalho.

"Estamos satisfeitos, era isso que nós queríamos, retomar as negociações, dialogar, mas o que pretendemos é uma negociação séria", salientou.

Carlos Ramalho disse que os sindicatos querem "uma negociação onde de facto as duas partes falem francamente, num diálogo aberto, e negociarem isso. Pode haver cedências de ambas as partes, mas também tem de haver concessões".

Em 7 de fevereiro, o Conselho de Ministros decretou uma requisição civil na greve dos enfermeiros, em curso desde 31 de janeiro nos blocos operatórios de quatro centros hospitalares, alegando incumprimento dos serviços mínimos.

A "greve cirúrgica" foi convocada pela ASPE e pelo Sindepor em dez centros hospitalares, até 28 de fevereiro, depois de uma paralisação idêntica de 45 dias no final de 2018.

As duas greves foram convocadas após um movimento de enfermeiros ter lançado recolhas de fundos numa plataforma 'online' para financiar as paralisações, conseguindo um total de 740 mil euros.

Os principais pontos de discórdia são o descongelamento das progressões na carreira e o aumento do salário base dos enfermeiros.

A requisição civil foi contestada pelo Sindepor no Supremo Tribunal Administrativo, que se deverá pronunciar nos próximos dias.

No final da semana passada, o Conselho Consultivo da Procuradoria-Geral da República considerou que a greve é ilícita, um parecer que foi de imediato homologado pela ministra da Saúde, ordenando a marcação de faltas injustificadas aos enfermeiros em greve.

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  • José
    24 fev, 2019 Portugal 01:05
    A mim, como português, ler o comentário da maior parte dos que aqui escrevem, enoja-me. Independentemente de ter ou não razão, os comentários asquerosos dirigidos, a alguém que arrisca a sua saúde ou até a vida, em luta por uma causa é coisa que só mesmo em Portugal se pode ver. A explicação de sermos um povo submisso, pobre, triste e humilhado está bem patente nos vossos comentários. É um desgosto enorme saber que o antigo, bravo, povo português está reduzido a esta espécie de gente que tece tais ordinários e insultuosos comentários. Mas também, quem sabe, serão eles pagos por um qualquer, CROWD FUNDING, patrocinado por entidades interessadas em desestabilizar e denegrir a imagem do presidente do sindicato e os enfermeiros. Não o conheço Sr. CARLOS RAMALHO, mas desde já lhe agradeço o bom exemplo que deu aos portugueses. Quanto aos que, de forma vil o insultam, eles certamente merecem o obscurantismo em que vivem e os inúmeros casos de corrupção, abuso de poder, inoperância da justiça e suspeição geral que recai sobre tudo o que acontece no nosso pobre país. Bem haja CARLOS RAMALHO
  • 22 fev, 2019 rosindaalcaide@gmail.com 16:31
    Neste momento os sindicatos estao apeados! Por culpa da geringonca!
  • maria
    22 fev, 2019 Setúbal 15:55
    que pena ele até estava gordinho , uns quilinhos a menos não lhe faziam mal nenhum. acho que vou pedir a todas as minhas colegas que exercem a profissão de secretárias como eu para irmos para greve.
  • Bahh!
    22 fev, 2019 Venda das Ilusões 14:48
    Começou a sentir o cheiro das bifanas e pensou melhor no caso. Aproveitou a migalha que a ministra lhe ofereceu e aí vai ele para a mesa, que a sineta está a tocar para o almoço. Greve de fome? Show-off, nada mais.

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