21 fev, 2019 - 23:13 • Liliana Carona
Quem percebe mais de costura ensina a quem nunca deu ponto sem nó, num improvisado atelier numa associação de solidariedade, a Reencontro, onde se fazem almofadas de coração, depois da responsável Laura Costa ter visto um apelo no Facebook.
“O IPO de Coimbra lançou essa informação na página oficial deles, que iria recolher tecidos e em janeiro fazer as almofadas, e eu li e perguntei se podíamos, estando longe, fazer as almofadas, e eles responderam logo que sim”, conta a presidente da Associação Reencontro, habituada a colaborar em iniciativas de âmbito internacional.
Depois do projeto Dress a Girl Around The World, em que costuraram vestidos e calções para países subdesenvolvidos, aderem agora ao Sewing Love - almofadas de coração para doentes, vítimas de cancro da mama. “Estes projetos internacionais, funcionam com efeito dominó, vemos na Internet, e aderimos também”, destaca Laura Costa.
Há um mês que um grupo de mulheres voluntárias, de todas as idades, deitou mãos à obra na confeção destas almofadas que vão ter como destino o IPO de Coimbra. São almofadas especiais, explica Laura. “Têm que ser material 100% algodão, o enchimento é hipoalérgico, a forma anatómica de coração para se posicionar debaixo da axila, com o propósito de dar conforto a uma zona mais fragilizada em resultado de uma cirurgia”.
A almofada é concebida para colocar debaixo do braço de forma a proporcionar alívio da dor e redução do edema provocado pela cirurgia, diminuição da tensão nos ombros, entre outros benefícios.
Quem colabora de forma solidária a costurar almofadas em forma de coração é Maria José, 56 anos, vice-presidente da Associação Reencontro. “São almofadinhas solidárias, destinadas às mulheres que retiraram a mama, que estão a passar por um processo de recuperação oncológica, e estas almofadas são um suporte muito importante e básico para a recuperação delas, portanto, saber que estou a contribuir para o bem-estar das que estão a sofrer de alguma maneira, é um sentimento muito agradável, que nos bate no coração”, descreve.
Outra voluntária, Gabriela Quintela, de 66 anos, salienta a importância do convívio aos sábados à tarde. “Gosto muito de vir cá e aprendemos umas com as outras”. “Isto também é um combate à solidão”, corrobora Laura Costa.
Além desta associação, a iniciativa tem contado com o apoio da Escola Básica de Vila Nova de Tazem e do Lar de Folgosinho.
Cento e cinquenta almofadas estão prontas com destino ao IPO de Coimbra.