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Vaticano debate escândalos. Conheça as ações do Papa contra os abusos sexuais

21 fev, 2019 - 07:00 • Redação com Lusa

O tema tem sido uma das grandes prioridades de Francisco que assumiu um compromisso de "tolerância zero" em relação a estes casos.

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O Vaticano recebe a partir de hoje e até domingo todos os presidentes das conferências Episcopais do mundo para uma reunião inédita sobre abusos a crianças por membros do clero. Ouvir as vítimas, aumentar a consciência, aumentar o conhecimento, desenvolver novos procedimentos, e partilhar boas práticas são alguns dos objetivos.

Um problema reconhecido pelo Papa, que já pediu perdão às vítimas, mas Francisco pretende ir mais longe e quer encontrar soluções para este que se tornou num dos grandes problemas da Igreja.


Principais iniciativas do Papa contra os abusos na Igreja:

2013

5 de abril: Na sua primeira audiência, Francisco desafia a Congregação para a Doutrina da Fé para, "seguindo a linha estabelecida por Bento XVI, agir de forma decisiva em casos de abuso sexual".

2014

22 de março: Cria a Comissão Pontifícia para a Proteção de Menores.

7 de julho: Celebra uma missa com seis vítimas de abuso por parte do clero e pede "perdão por pecados de omissão" cometidos por líderes da Igreja por "crimes graves".

5 de novembro: Expulsa um sacerdote argentino, condenado a uma pena de prisão por pedofilia.

11 de novembro: Cria um tribunal especial dentro da Congregação para a Doutrina da Fé para avaliar recursos interpostos pelos clérigos em casos de abuso e para agilizar as sentenças.

2016

4 de junho: Publica o 'Motu Proprio' "Como uma mãe amorosa", em que afirma que os bispos podem ser expulsos se, por "negligência ou omissão", causarem "sérios danos a outra pessoa na comunidade".

2017

2 de janeiro: É divulgada uma carta de Francisco em que pede aos bispos do mundo inteiro que os crimes de abusos a crianças "não sejam mais repetidos" e determina uma "clara tolerância zero".

2018

2 de maio: Recebe três vítimas de abusos do padre chileno Fernando Karadima, que pedem ao papa Francisco que transforme o seu pedido de perdão em "ações exemplares".

15 de maio: Convoca uma reunião com os bispos do Chile depois de pedir desculpas por ter sido mal informado no caso do bispo Juan Barros, acusado de encobrir o padre Fernando Karadima. Três dias depois, todos os bispos apresentam a sua renúncia ao papa.

1 de junho: Inicia mais uma série de encontros com vítimas de clérigos no Chile.

11 de junho: Aceita a renúncia de três bispos chilenos, incluindo Barros, na sequência do escândalo de acusações de falta de transparência da Igreja na gestão de casos de abuso sexual a menores.

28 de junho: Aceita a demissão de mais três bispos chilenos

28 de julho: Aceita a renúncia do antigo arcebispo de Washington Theodore McCarrick, a quem ordena que conduza "uma vida de oração e penitência" até que as acusações de abuso sexual de que é alvo sejam examinadas num julgamento da Igreja Católica.

20 de agosto: Publica uma carta dirigida a todos os católicos do mundo, condenando o crime de abuso sexual por parte de padres e o seu encobrimento e exigindo responsabilidades.

29 de agosto: Lamenta a forma como a Igreja irlandesa respondeu aos crimes de abusos sexuais, naquela que foi a sua primeira intervenção pública no Vaticano depois das acusações de que ele próprio teria escondido os crimes.

12 de setembro: Convoca os presidentes das Conferências Episcopais de todo o mundo para uma reunião sem precedentes, a decorrer em fevereiro de 2019, para analisar os casos de abusos de menores.

28 de setembro: Reduz à condição de leigo o padre Fernando Karadima.

13 de outubro: Expulsa mais dois bispos chilenos do estado clerical por abuso infantil explícito.

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