20 fev, 2019 - 16:35 • João Carlos Malta
“Precisa o CDS de criar novos factos políticos para resolver velhos fantasmas?", perguntou o deputado do PS Ascenso Simões, no início da intervenção da bancada socialista à discussão da moção de censura do CDS, que se discute esta quarta-feira no Parlamento.
Ascenso Simões disse ter procurado uma razão para a iniciativa do CDS e não conseguiu "encontrar nenhuma que fosse substantiva”, mas o deputado socialista afirmou, depois, ter encontrado um "fantasma" que se chama Pavilhão Atlântico.
A razão é uma investigação sobre o alegado favorecimento de Assunção Cristas ao empresário Luís Montez, genro do anterior Presidente da República, Cavaco Silva, no processo da venda daquele equipamento no Parque das Nações.
Também a líder do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, relaciona a moção de censura com o caso do Pavilhão Atlântico. A líder bloquista falou de "cortina de fumo" para encobrir este caso: um “biombo para tapar o pavilhão Atlântico”.
Assunção Cristas respondeu ao deputado socialista dizendo que não recebia lições de quem pertenceu a governos de José Sócrates ou de quem usou funcionários socialistas em cartazes afirmando que eram desempregados, quando não o eram.
"O PS escolheu mal o deputado para este debate", disse Cristas.
Ascenso Simões era o diretor de campanha dos socialistas para as legislativas, cargo de que se demitiu, depois de se ter descoberto que as histórias de desemprego que o PS denunciava em cartazes não correspondiam às pessoas que davam a cara naqueles "outdoors".