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França reconhece luta de "sabres de luz" como desporto oficial

19 fev, 2019 - 15:31 • Rui Barros , Inês Braga Sampaio

Se sempre sonhou tornar-se num “Cavaleiro Jedi” e empunhar uma destas espadas, uma inscrição na Federação Francesa de Esgrima pode concretizar o seu desejo.

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A Federação Francesa de Esgrima anunciou que vai passar a reconhecer as lutas com "sabres de luz" - a icónica arma da saga “Start Wars”, de George Lucas - como um desporto de competição.

Assim, para além das tradicionais categorias de esgrima - sabre, florete e espada - a federação que regula a modalidade em França vai reconhecer uma quarta categoria: a luta com espadas inspiradas no universo de Star Wars. O reconhecimento vai ao ponto de a federação estar a oferecer um espaço para as primeiras competições.

O objectivo é combater um outro “lado negro” da força: o sedentarismo. A organização está preocupada com a saúde dos jovens, que estão cada vez mais sedentários, e quer trazer para a esgrima os mais novos.

“Com os jovens dos dias de hoje, o sedentarismo é, efectivamente, um problema de saúde. Os jovens não fazem nenhum desporto e apenas fazem exercícios com os dedos”, disse à Associated Press a secretária da Federação, Serge Aubailly.

“Está cada vez mais difícil de [persuadi-los] a fazer um desporto que não envolva sair do sofá. É por isso que estamos a tentar criar um vínculo entre nossa disciplina e as tecnologias modernas”, explica.

Nos cinemas, um destes sabres de luz utilizados por "Jedi" e "Sith Lord" tem mais de um metro e é feito de energia que consegue destruir quase tudo, sendo apenas bloqueado por outro sabre da mesma natureza.

A tecnologia ainda não nos levou a tal ponto e, por isso, em França, as lutas vão ser feitas com armas de plástico que poderão ter um conjunto de sensores para emitir o característico som.

Se está mesmo interessado em participar nestes duelos luminosos, ficam as regras: as lutas têm três minutos e os atiradores usam protetores corporais, tal como já acontece nas outras categorias da esgrima. Para ganhar, um dos atiradores tem de atingir 15 pontos.

E porque, já como acontece no cinema, o principal foco de atração é a beleza do espetáculo acrobático, as batalhas com sabres de luz vão ter algumas regras adicionais, como o facto de a ponta da espada precisar de partir de uma posição de atrás das costas do atleta para que o ponto seja válido. O grande objectivo é obrigar a maiores movimentos de "varredura", ao contrário do que acontece nas outras categorias de esgrima, que são caracterizadas por movimentos mais rápidos da arma.

Sabres de luz em Portugal? Ainda não é desta

O diretor técnico da Federação Portuguesa de Esgrima (FPE), Miguel Machado, não vê que esta recém-criada categoria possa vir a ser praticada em Portugal, pelo menos, de imediato.

"Neste momento ainda não. Ainda não será para já em Portugal. Veremos com o passar do tempo", diz Miguel Machado à Renascença.

O técnico encara a iniciativa francesa como uma ação de marketing: "O que tem acontecido em França, que também acontece em Portugal, é que esse tipo de material é muito mais apelativo para as crianças, porque tem a ver com os filmes, portanto é mais apelativo para eles praticarem."

"Antigamente, era utilizado material de metal e hoje os miúdos mais pequenos fazem com material plástico, material que é diferente. As máscaras também são de um material diferente e esse foi um passo em frente na questão de marketing", explica

Se, em França, o esforço para trazer mais gente para a modalidade passa pelo cinema, em Portugal a FPE aposta no desporto escolar: "Estamos a tentar fazer uma ligação com o desporto escolar, para aumentarmos o número de praticantes. Nas camadas jovens, tentamos dar apoio para que apareçam novos clubes e novos praticantes."

Miguel Machado garante que, em Portugal, "a modalidade passa por uma fase de crescimento" que, "não sendo exponencial, é sustentável".

"A esgrima é uma modalidade que quase todos os miúdos conhecem porque têm uma espada em casa mas não há muitos clubes onde praticar. Mas está a evoluir e temos crescido sustentadamente", remata, em jeito de última estocada, o diretor técnico da FPE.

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