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ADSE. 38 milhões não vão ser pagos, diz Associação de Hospitalização Privada

19 fev, 2019 - 09:37 • Redação

Presidente da Associação Portuguesa de Hospitalização Privada esteve na Renascença para falar sobre a suspensão das convenções. Até agora, os privados ainda não foram contactados pela ADSE ou pelo ministério da Saúde.

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O presidente da Associação Portuguesa da Hospitalização Privada garantiu, esta terça-feira, na Renascença, que os 38 milhões de euros exigidos pela ADSE não vão ser pagos.

Os privados estão, contudo, disponíveis para encontrar uma solução para as tabelas.

“Este processo dos 38 milhões tem de ser suspenso no sentido de vermos o que é que lá está, porque quando se diz que isto é pela média, não é pela média: dois terços das regularizações é pelo valor mínimo. E o mais importante de tudo isto é haver uma revisão da tabela para que seja, como costumamos dizer, uma tabela sã, em que todos se reconheçam”, defendeu Óscar Gaspar no programa As Três da Manhã.

Esta tarde, o Conselho Geral e de Supervisão da ADSE reúne-se com a ministra da Saúde, Marta Temido, após o apelo daquele conselho ao "diálogo urgente" entre os prestadores privados e o instituto público.

Até agora, e depois da suspensão das convenções, os privados ainda não foram contactados pela ADSE ou pelo Ministério da Saúde, “apesar dos apelos de todos os intervenientes”.

“Até do senhor Presidente da República. Mesmo o senhor primeiro-ministro falou na necessidade de haver uma negociação com firmeza, o senhor bastonário da Ordem dos Médicos e outras entidades, a verdade e que até à data não tivemos nenhum contacto por parte da ADSE nem por parte da tutela”, revela o presidente da Associação Portuguesa da Hospitalização Privada na Renascença.

Óscar Gaspar apela também a um diálogo urgente para que a situação seja resolvida.

“Hoje continuamos como estávamos há um mês, totalmente disponíveis para encontrar uma solução e entendo que, se nos sentarmos à mesa e a ADSE tiver disponibilidade para negociar, num prazo relativamente curto – diria em poucas semanas – seria possível conseguirmos o entendimento”, adianta.

Na quinta-feira, o primeiro-ministro, António Costa, garantiu que a ADSE não vai acabar e reafirmou a intenção do Governo de negociar preços justos com os grupos privados prestadores de cuidados de saúde.


Conselho Geral e de Supervisão reúne-se com ministra da Saúde

O Conselho Geral e de Supervisão (CGS) da ADSE reúne-se esta terça-feira com a ministra da Saúde. O encontro contará também com a presença do secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Francisco Ramos, e foi pedido pelo CGS após a última reunião deste órgão consultivo onde têm assento representantes dos beneficiários e do Governo.

Nestes últimos dias tem vindo a público a intenção de grupos de saúde privada, entre os quais a José Mello Saúde (que gere os hospitais CUF), a Luz Saúde e os Lusíadas, suspenderem as convenções com a ADSE a partir de abril.

A ADSE exige o pagamento de 38 milhões de euros aos privados por excesso de faturação referente a 2015 e 2016, uma exigência que é contestada pelos hospitais.

Na última reunião do órgão consultivo, em 12 de fevereiro, o CGS aprovou, por unanimidade, uma resolução a apelar para um "urgente diálogo" entre os prestadores de saúde e o conselho diretivo do instituto público para uma solução.

Também o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, pediu "bom senso e capacidade de entendimento" entre os grupos privados de saúde e a ADSE, enquanto o primeiro-ministro, António Costa, garantiu que o sistema de saúde da função pública não vai acabar.

"Acho que é preciso uma palavra de confiança a todos os beneficiários da ADSE. Os cuidados de saúde não estão em causa, estarão integralmente assegurados, assim como também está assegurada a continuidade da ADSE. Para isso, é essencial que a ADSE mantenha boas condições de solidez financeira e boas condições comerciais", afirmou o chefe do Governo.

Por sua vez, a Associação Portuguesa de Hospitalização Privada (APHP) considerou que "ainda há espaço" para os grupos de saúde privada voltarem atrás relativamente ao fim das convenções com a ADSE, abrindo a porta ao diálogo com o Estado.

No Parlamento, a comissão de Saúde aprovou por unanimidade a audição da ministra da Saúde e do Conselho Diretivo da ADSE, a pedido do BE.

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