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Europa cresceu (e vai crescer) pouco

14 fev, 2019 - 14:22 • José Pedro Frazão com Pedro Caeiro

Na edição desta semana olhamos para os números relativos ao crescimento e ao emprego na economia europeia, analisamos os próximos pasoss de Theresa May rumo ao Brexit, mas olhamos também para o Luxemburgo (que pode ganhar com a saída britânica) e para a apresentação de novos movimentos pró-europeus no leste da Europa.

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Visto de Bruxelas (14/02/2019)

A marcar esta semana, dados económicos na zona euro e são de abrandamento (para trás e para a frente). Olhando para trás, em 2018 a economia da zona euro cresceu 1,8% e, no quadro da União Europeia, aumentou 1,9%, ou seja, abaixo dos 2,4% de aumento em ambos os casos em 2017. Em portugal, o PIB subiu 2,1%, menos 0,7% que no ano anterior.

Esta quinta-feira ficámos também a saber do aumento muito ligeiro do número de pessoas empregadas na zona euro nos últimos 3 meses do ano passado: mais 0,3%, o que também fica abaixo na comparação com o fim de 2017, quando o emprego subia 1,2%.

Olhando para o futuro, para o que se espera que seja o balanço deste ano, as previsões para a economia na zona euro são também de desaceleração: 1,3% de aumento na zona euro, 1,7% em Portugal, ou seja, abaixo dos 2,2% do Governo.

Novo dia de respiração suspensa para Theresa May

A Primeira-ministra britânica está sob ameaça de novo desaire no Parlamento em Londres esta quinta-feira. Vão ser votadas várias emendas a uma moção de apoio à estratégia do Governo para negociar com Bruxelas alterações ao Acordo de Saída do Reino Unido da União Europeia. No entanto não será votada a emenda que propunha um segundo referendo. Uma das propostas a votar a partir das 5 da tarde sugere que o Governo possa votar um acordo revisto para o Brexit ou que se faça novo debate a 27 de Fevereiro na Câmara dos Comuns.

Brexit? Nem todos saem a perder

Quando o tema é o Brexit, muito se tem falado das perdas de um lado e de outro, quer do lado britânico, quer dos 27 países que vão continuar na União Europeia. Mas a verdade é que nem todos saem a perder e há países que viram na saída uma oportunidade a não perder. Exemplo disso é o Luxemburgo, que deverá beneficiar da criação de mais 3 mil postos de trabalho até ao final do ano. São contas feitas pelo director da “Luxembourg for Finance”, uma agência que trabalha para o desenvolvimento do centro financeiro do país. Em declarações à rádio 100.7, parceira da Renascença na rede europeia de rádios, Nicolas Mackel, afirma ser provável que cerca de meia centena de empresas ligadas ao sector financeiro se mude de Londres para o Luxemburgo: “Trata-se de empresas de investimento. São empresas que lidam com a gestão de activos ou ligadas a actividades da banca privada. Também cerca de uma dúzia de grandes operadores na área dos seguros decidiu vir para Luxemburgo, bem como empresas de sectores mais recentes como a FinTech, ou outros grandes nomes como Alipay, Revolut ou a P-PRO… todas escolheram o Luxemburgo”.

Pró-europeus tentam salvar a UE

A poucos meses das Eleições Europeias, é verdade que muito se fala do espectro dos partidos ditos populistas ou até mesmo eurocépticos, que parecem estar em crescendo. Mas há também o lado oposto. Um terreno que os partidos pró-europeus querem ocupar e vão aparecendo alguns aqui e ali. Dacian Cioloș, ex-comissário europeu para a Agricultura e que foi Primeiro-ministro romeno entre Novembro de 2015 e Janeiro de 2017, está a formar uma lista de centro-direita para as eleições europeias. A lista vai juntar o novo Partido da Liberdade, Unidade e Solidariedade, com a União de Salvação da Roménia, que tem lugar no Parlamento em Bucareste desde 2016: “Nasce aqui a principal força de oposição moderna da Roménia. Esperamos ser apoiados por tantos romenos quanto possível, para que possamos apresentar uma lista de pessoas competentes que possam lutar pela Roménia no Parlamento Europeu. Apesar de muitos dos nossos planos serem executados aqui no nosso país, a verdade é que muitos outros vão depender das decisões tomadas no Parlamento Europeu nos próximos anos, como é o caso do orçamento europeu para os fundos estruturais e os subsídios para os agricultores”. As afirmações foram registadas pela parceira Radio România.

Ainda no leste da Europa, o presidente do partido de oposição de centro-direita polaco Plataforma Cívica apela à formação de uma “coligação europeia” de partidos da oposição polaca que sejam pró-europeus: “Com esta declaração e iniciativa, estamos a mostrar que podemos e devemos trabalhar juntos. Queremos que a Polónia regresse ao primeiro plano na Europa. Queremos influenciar a política externa nacional e europeia. Queremos decidir sobre o futuro da Europa. Para que tudo isso aconteça, são precisos bons representantes polacos no Parlamento Europeu”, afirmou Grzegorz Schetyna, líder da Plataforma Cívica e ex-chefe da Diplomacia da Polónia, num registo da Polskie Radio.

Este conteúdo é feito no âmbito da parceria Renascença/Euranet Plus – Rede Europeia de Rádios. Veja todos os conteúdos Renascença/Euranet Plus

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