11 fev, 2019 - 18:58 • Redação com Reuters
Enviados do autoproclamado Presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, encontraram-se esta segunda-feira com oficiais do Vaticano e tentaram fazer lóbi junto do Governo italiano, no que a Reuters diz ser uma tentativa de manter a pressão internacional sobre o Presidente Nicolás Maduro.
O Vaticano, que há uma semana se ofereceu para mediar as conversações entre o Governo de Maduro e a oposição, pediu aos representantes de Guaidó que respeitem os direitos humanos e que evitem um banho de sangue no país com 30 milhões de habitantes.
Membros da secretaria de Estado do Vaticano encontraram-se com a delegação venezuelana, que integrou o presidente da comissão de assuntos externos da Assembleia Nacional, Francisco Sucre, e o ex-autarca de Caracas, António Ledezma.
Depois desse encontro, os venezuelanos encontraram-se com vice-primeiro-ministro de Itália, Matteo Salvini.
No Twitter, Ledezma assumiu que o objetivo da viagem é angariar apoios a Juan Guaidó. "Estamos em Itália à procura de mais apoio ao nosso Presidente Juan Guaidó. Está a correr bem, mas temos de fechar isto com uma vitória."
Em comunicado, o Vaticano "sublinha a sua profunda preocupação" com a possiblidade de não ser encontrada uma "solução justa e pacífica" para a crise", pedindo que esta seja alcançada "com urgência para ultrapassar esta crise, ao mesmo tempo que se respeitam os direitos humanos, procurando o bem para todas as pessoas do país e evitando um banho de sangue".
Neste momento, mais de 40 países, incluindo os EUA e Portugal, já reconheceram Guaidó como o Presidente interino legítimo da Venezuela, um passo que não foi seguido pelo Vaticano, que já disse manter a sua "neutralidade positiva" face aos mais recentes acontecimentos.
Guaidó autoproclamou-se Presidente interino no passado dia 25 de janeiro, uma semana depois de Maduro ter tomado posse na sequência da sua vitória nas eleições presidenciais do final do ano passado. A oposição acusa-o de fraude eleitoral e exige a sua saída imediata.
Para além do Vaticano, também a Noruega, outro tradicional mediador internacional, já se ofereceu para fazer a ponte entre Governo e oposição na Venezuela.