10 fev, 2019 - 15:04 • Paula Caeiro Varela , com Rui Barros
Acabar com os subsídios de empresas públicas que o Estado não tem condições de gerir, mais concessões a privados ou ao setor social e uma mudança profunda no financiamento do Serviço Nacional de Saúde. Estas foram as principais ideias defendidas por Santana Lopes no discurso de encerramento do I Congresso do Aliança.
Santana Lopes deixou críticas à “frente de esquerda” que, segundo este, quer impor dogmas, e dedicou algum tempo à saúde para defender a ideia de que todos os portugueses devem ter um seguro de saúde. Para o antigo primeiro-ministro esta é, aliás, a única forma de garantir que todos os portugueses conseguem aceder a cuidados de saúde de qualidade.
Assumindo-se como líder de um partido “liberal”, Santana defendeu, no seu primeiro discurso como líder do Aliança, que os portugueses devem ter “liberdade de escolha” para poderem optar “entre o sistema público e os sistemas complementares”.
Os partidos de esquerda foram o principal alvo de críticas do antigo líder do PPD/PSD. “Para a frente de esquerda, há dois 'Portugais'. Para nós há só um. A ética, a moral, as exigências e a lei são iguais para todos e a todos igualmente devem ser aplicados”, exigiu Santana, que acusou a coligação de esquerda de “má governação” e de preconceito conforme os protagonistas.
Como exemplo, Santana Lopes aponta para a Madeira e para aquilo que diz ser um "cerco financeiro” ao governo regional para ganhar as eleições. “Estamos certos que o chefe de Estado estará atento, vigilante e, quando for necessário, atuante, especialmente em ano eleitoral”, disse Santana, que ontem acusou Marcelo Rebelo de Sousa de “exagerar” no favorecimento ao Governo.
Num discurso escrito e mais curto do que aquele que proferiu no primeiro dia de congresso, e apesar das diversas referências à “frente de esquerda”, Santana não se esqueceu de recordar a todos onde é que o Aliança está no espectro político: é um partido às direitas, mas onde cabem os de centro e até a esquerda moderada.