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"Leigos para o Desenvolvimento"

"Procuram-se pessoas para transformar o mundo"

04 fev, 2019 - 17:22 • Ângela Roque

Atrair voluntários para as missões de longa duração que desenvolvem em África é o objetivo da "Leigos para o Desenvolvimento", que, esta terça-feira, apresenta, em Lisboa, os vários projetos que tem. Quem aderir terá formação intensiva a partir de março.

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Há quase 33 anos que a Organização Não Governamental para o Desenvolvimento (ONGD) católica "Leigos para o Desenvolvimento" promove projetos em vários países africanos, para onde envia jovens e adultos em missão. Vão, no mínimo, por um ano, para ajudarem as populações locais.

Com um novo ciclo de formação prestes a começar - será em março - está na altura de atrair novos voluntários, que se disponibilizem a partir no final do verão. É com esse objetivo que esta terça-feira se realiza um sessão de apresentação, em Lisboa. "Procuram-se pessoas para transformar o mundo" é o mote do encontro marcado para as 21h00, no Centro Universitário Padre António Vieira (CUPAV).

Rita Fonseca, responsável pela comunicação e imagem da "Leigos para o Desenvolvimento" falou à Renascença sobre os projetos que têm em mãos, incluindo o que recentemente abriram na Caparica/Pragal, o primeiro em território nacional.

Quem procuram para partir convosco em missão?

Sobretudo jovens, entre os 21 e os 45 anos, que tenham já licenciatura ou experiência profissional e que, de alguma forma, também tenham identificação com a Igreja, porque nós somos uma organização católica. Homens ou mulheres que tenham este desejo de transformar o mundo e ajudar a mudar a vida de outras pessoas nas missões que nós desenvolvemos, quer em Portugal quer no continente africano.

Falamos de voluntariado missionário. Procuram voluntários, sobretudo, para missões de longa duração?

Sim, o nosso voluntariado é de longa duração. São voluntários que partem, no mínimo, pelo período de um ano, podendo ir por mais, se assim o decidiram. Fazemos este ano 33 anos e foram mais de 400 os voluntários que partiram em missão com a nossa organização. Por ano, em média, ajudamos mais de 50 mil pessoas, em parceria e colaboração com 150 organizações locais.

Os voluntários recebem formação?

Sempre. Os nossos voluntários partem por um ano, mas fazem, antes, uma formação, que dura aproximadamente nove meses. Há três anos que temos feito um modelo de formação intensivo, mais concentrado, que dura mais ou menos quatro meses. Esse modelo, este ano, só acontece em Lisboa. Por isso, vamos fazer esta sessão de apresentação, na qual as pessoas podem ouvir o testemunho de outros voluntários, perceber como é que eles viveram este tempo de missão, a que projetos é que estiveram dedicados. No fundo, conhecer um bocadinho de quem nós somos e aquilo que fazemos através da história das pessoas que já estiveram no terreno.

Essas sessões de formação vão começar em março...

A formação de modelo intensivo, como nós chamamos, arranca dia 8 de março e permitirá partir em missão ainda este ano, em setembro/outubro.

Onde é têm missões, atualmente?

Estamos presentes em Angola, com uma missão em Benguela, que está a fechar um ciclo. Temos uma missão em Moçambique, na mesma situação, também a fechar um ciclo, com mais de 20 anos, e outra em São Tomé e Príncipe. Recentemente, abrimos uma missão em Portugal, na Caparica-Pragal. Ao todo, temos quatro missões e 14 voluntários no terreno.

Em Portugal, é a primeira missão. Como é que está a correr esse projeto?

Já estamos a fazer trabalho com a comunidade local. Temos alguns públicos-alvo, jovens, mulheres, e também uma dinâmica com os comerciantes locais. Ainda estamos a arrancar, mas o balanço tem sido positivo neste envolvimento dos nossos voluntários com a comunidade local. Temos três voluntários na missão da Caparica- Pragal. Para já, é o número que achamos o necessário. Teremos de ver como é que a própria missão vai crescendo, as necessidades do terreno, e também as nossas disponibilidade financeiras e todas as outras que implicam um projeto desta natureza.

A que áreas é que se dedicam nas missões onde estão?

Temos trabalhado muito numa lógica de dinamização comunitária. Trabalhar com as comunidades e com as forças vivas dessas comunidades, para perceber que necessidades existem e que papel é que elas próprias podem ter na resolução dos problemas identificados.

Em todas as nossas missões, temos grupos comunitários que reúnem essas forças vivas do território e identificam realidades para trabalhar.

Trabalhamos muito numa lógica de capacitação institucional, capacitando, por exemplo, professores. Trabalhamos também muito com grupos de mulheres, numa lógica de empreendedorismo e da criação de negócios sociais, e, neste momento, estamos a fechar ciclos de missões, depois de vários anos no território. Estamos em condições de sair quando sentimos que as comunidades já estão autónomas, o nosso trabalho está realizado e a comunidade está apropriada dos projetos que tiveram o nosso acompanhamento e podem seguir sozinhas.

Quer deixar algum convite para os eventuais interessados em participar nesta sessão no CUPAV, que se intitula "Procuram-se pessoas para transformar o mundo"?

Dizer-lhes que arrisquem sair do conforto do sofá e vir-nos conhecer, perceber como é que também podem ter aqui um papel nesta transformação do mundo, contribuir para um mundo melhor, e isso implica sair da zona de conforto. Por isso, convido a virem ouvir quem nós somos, o que é que fazemos, e perceber se essa transformação do mundo pode passar por fazerem missão com os "Leigos para o Desenvolvimento".

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