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Podemos consumir produtos fora de prazo? Campanha ensina a interpretar datas

04 fev, 2019 - 07:38 • Redação com Lusa

Objetivo é ajudar o consumidor a interpretar e distinguir as diferentes indicações de datas de validade/durabilidade, ajudando-o a rentabilizar o consumo. Dados da UE estimam que o retalho seja responsável por 5% do desperdício alimentar.

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"As datas de validade não são todas iguais" e "saber a diferença faz a diferença". Este é o mote da campanha que o setor da distribuição promove a partir desta segunda-feira para ajudar os portugueses a interpretar e distinguir as datas de validade dos produtos.

"É uma campanha de esclarecimento", no âmbito da Estratégia Nacional de Combate ao Desperdício Alimentar, já que há "má interpretação dos rótulos, dos prazos de validade", disse à Lusa Gonçalo Lobo Xavier, diretor-geral da Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED).

O mote da campanha é "as datas de validade não são todas iguais" e "saber a diferença faz a diferença". Ou seja, o objetivo é ajudar o consumidor a interpretar e distinguir as diferentes indicações de datas de validade/durabilidade, ajudando-o a rentabilizar o consumo dos produtos alimentares e, acima de tudo, evitar o seu desperdício.

Assim, "em mais de 1.200" dos associados da APED - nos quais contam-se as cadeias Aldi, Continente, DIA - Minipreço, El Corte Inglés, Intermarché, Ikea, Jumbo/Pão de Açúcar, Lidl, Novo Horizonte e Pingo Doce - haverá informação sobre como ler os prazos de validade, em que no caso de certos produtos, há um prazo indicativo, mas após este expirar não significa que o mesmo não possa ser consumido.

O site da APED também terá informação a esclarecer as diferenças entre "data limite de consumo" e "datas de durabilidade mínima", além de um conjunto de dicas para conservar os produtos, e explicação sobre quais os produtos sem validade ou produtos com indicação de aproximação de fim de prazo de validade.

"Vamos ter informação em 'mupis' e no site da Câmara de Lisboa", adiantou Gonçalo Lobo Xavier, acrescentando que a campanha vai ser alargada "a outras grandes cidades do país".

"Segundo dados da União Europeia, estima-se que o retalho seja responsável por 5% do desperdício alimentar", sendo que a maior fatia advém do consumo doméstico, com um peso de 42%, acrescentou o diretor-geral da APED.

Daí a importância "em sensibilizar as pessoas para o combate ao desperdício alimentar, mas também de interpretação de datas de validade", acrescentou.

O diretor-geral da APED adiantou que as cadeias de retalho associadas "comprometeram-se a ter locais específicos nas suas lojas que facilitem a venda de produtos com prazo limite" e a reencaminharem produtos, cujo prazo já não permita comercializar, para IPSS - Instituições Particulares de Solidariedade Social e outras entidades que os consumo de imediato.

"Há produtos que estão a aproximar-se do fim de vida comercial, mas ainda estão em condições excelentes de consumo", sublinhou o responsável. Entre estes produtos constam, por exemplo, bolachas ou conservas, entre outros.

"São produtos que têm segurança alimentar, mas do ponto de vista comercial" já não podem ser vendidos, disse, adiantando que o objetivo é combater o desperdício alimentar.

Comentários
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  • Filipe
    04 fev, 2019 évora 17:15
    Se não interessa não metam validades , contudo , em Portugal os produtos fora da validade são recolhidos por instituições dos pobres e lhes dados , até a apreensão por parte da ASAE de produtos fora da validade ou contrafeitos são os pobres que os gramam depois . Não vejo porque meter prazo de validade nos alimentos seja só para os que os trocam por dinheiro . Hoje ainda descobrem silos da Idade Média carregado de cereais e estão bons ... fora o vinho dentro das garrafas com centenas de anos ... mudem essa políticas da validade , não interessa . Era preferível as pessoas saberem de onde veem as marcas brancas dos alimentos que consomem ... não se trata de gasolina ou gasóleo .
  • Francisco
    04 fev, 2019 Lisboa 16:27
    Há cerca de 50 anos recordo alguém ter contado na TV que na Suiça apareceu uma campanha para consumir manteiga que estava quase a perder a validade. Pois bem, a população correu a comprá-la mostrando assim o seu civismo.

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