Tempo
|
A+ / A-

Teresa Leal Coelho

CGD. Auditoria noticiada "é preliminar", versão final "é diferente"

23 jan, 2019 - 11:54

Texto revelado por Joana Amaral Dias dizia que a Caixa não respeitou as boas práticas de concessão de crédito e perdeu 580 milhões de euros.

A+ / A-

A presidente da comissão parlamentar de Orçamento e Finanças revelou esta quarta-feira que o relatório sobre a CGD que está a ser divulgado nos meios de comunicação social “é preliminar" e que o documento final “é manifestamente diferente”.

Teresa Leal Coelho, que falava perante os deputados da comissão parlamentar de Orçamento, Finanças e Modernização Administrativa (COFMA), afirmou que texto final foi “muito modificado”.

“É manifestamente diferente do relatório que foi divulgado”, afirmou a deputada, manifestando-se “muito preocupada” com a situação, considerando “lamentável como foi parar à praça pública”.

Teresa Leal Coelho disse que falou com o presidente da CGD, Paulo Macedo, e com o governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, que lhe garantiram que o documento que está a ser divulgado não é o relatório final e que não tiveram acesso ao documento que está a ser noticiado.

A presidente da COFMA contou ainda que esta manhã falou com a Procuradora Geral da República (PGR), Lucília Gago, para que o relatório “verdadeiro” fosse libertado e entregue aos deputados da comissão “com a maior rapidez possível”.

“A própria Caixa não recebeu esta versão”, disse Teresa Leal Coelho, acrescentando que o relatório que está a ser divulgado tem data de dezembro de 2017 e o relatório final é de junho de 2018.

O relatório final “é distinto do que está a ser neste momento divulgado por várias razões”, reforçou a deputada que afirmou desconhecer ambos os documentos, acrescentando que “nenhum elemento da comissão teve acesso” aos mesmos.

“Em sede própria foi-nos sistematicamente negado o relatório e agora ele é divulgado e não na sua versão verdadeira”, lamentou Teresa Leal Coelho, considerando a situação “grave” e “disruptiva das instituições”.

Em causa está a auditoria da EY à Caixa relativa ao período 2000-2015 que foi revelada na CMTV por Joana Amaral Dias e depois noticiada em vários órgãos de comunicação social. Durante os anos de crise, a CGD concedeu empréstimos imprudentes em que não respeitou as boas práticas de concessão e nos quais perdeu 580 milhões de euros.

O Ministério das Finanças reagiu ao relatório da EY à gestão da CGD, afirmando que “solicitou à administração da CGD que fossem efetuadas todas as diligências necessárias para apurar quaisquer responsabilidades que possam advir da informação constante do relatório”.


Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • ze
    23 jan, 2019 aldeia 20:19
    E.....será que "alguém" será preso?

Destaques V+