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“Mudanças no mundo do trabalho podem criar mais e melhores empregos”

23 jan, 2019 - 09:30 • Marta Grosso

Criada há 100 anos, a Organização Internacional do Trabalho propõe uma agenda centrada nas pessoas com vista a um “futuro mais brilhante”.

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Um salário adequado, limites ao horário de trabalho e ambientes de trabalho seguros e saudáveis são algumas das 10 recomendações da Organização Internacional do Trabalho (OIT), reveladas esta terça-feira em Genebra.

No dia em que assinala 100 anos de existência, esta organização da esfera das Nações Unidas olha para o futuro – um futuro “cheio de oportunidades para mais e melhores empregos” – e desafia os governos de todo o mundo a enfrentar os desafios causados por uma transformação sem precedentes do mundo do trabalho.

Conheça algumas das recomendações que OIT faz no relatório “Work for a Brighter Future” (Trabalho para um Futuro Brilhante, na tradução para português):

  • A criação de uma “garantia universal de trabalho” que proteja os direitos fundamentais dos trabalhadores, atribua salários adequados, coloque limites ao horário de trabalho e torne os locais de trabalho mais seguros e saudáveis;
  • Repensar os incentivos ao negócio encorajando os investimentos de longo prazo;
  • Existência de proteção social garantida desde a nascença à terceira idade que apoie as várias necessidades das pessoas durante o seu ciclo de vida;
  • Direito à aprendizagem contínua, que permita aos trabalhadores adquirir e melhorar as suas habilitações;
  • Aproveitar o desenvolvimento tecnológico para promover o trabalho digno, incluindo nas plataformas digitais;
  • Aumentar o investimento nas economias rural, verde e da saúde;
  • Criar uma agenda transformadora e mensurável para promover a igualdade de género.

O relatório “Work for a Brighter Future” foi apresentado em Genebra (Suíça) pela Comissão Global sobre o Futuro do Trabalho e resulta de uma investigação de 15 meses.

A comissão é composta por personalidades do mundo dos negócios e do trabalho dos 27 Estados-membros, professores universitários e ainda organismos governamentais e não-governamentais. É liderada pelo primeiro-ministro sueco, Stefan Löfven, e pelo Presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa.

Em prol de um mundo melhor

“O mundo do trabalho enfrenta grandes mudanças, que podem criar muitas oportunidades para mais e melhores empregos”, defende o primeiro-ministro sueco, Stefan Löfven.

“Os governos, os sindicatos e os trabalhadores têm de trabalhar em conjunto para tornar as economias e o mercado de trabalho mais inclusivos. Esse diálogo social poderá ajudar a tornar a globalização algo bom para todos”, acrescentou na apresentação do relatório.

Na mesma ocasião, Cyril Ramaphosa defendeu que o relatório da comissão a que preside “é uma contribuição vital para a compreensão global das mudanças em curso – e que continuarão a surgir – no mundo do trabalho”.

“O relatório deverá estimular o compromisso e cooperação entre jurisdições nacionais e regionais, de modo a garantir que a economia e a sociedade global se tornem mais equitativas, justas e inclusivas”, acrescentou.

No relatório, a comissão defende que “são inúmeras as oportunidades que temos à frente para melhorar a qualidade do trabalho, alargar a escolha, reduzir o fosso entre os géneros e reverter os efeitos negativos da desigualdade global”.

“Mas nada disto acontece por si próprio. Sem uma ação decisiva, continuaremos a dormir num mundo repleto de desigualdade e incerteza”, alerta.

Para responder aos desafios criados pela tecnologia, as alterações climáticas e a demografia, é necessária uma resposta coletiva, sublinha ainda o documento da Comissão Global sobre o Futuro do Trabalho, que defende uma agenda centrada nas pessoas, através do investimento nas suas capacidades e do trabalho sustentável e digno.

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  • FERNANDO MACHADO
    26 jan, 2019 PORTO 17:26
    ESTIMA-SE QUE 65% DAS PROFISSÕES, ACABEM DENTRO DE DEZ ANOS. NÃO ADMIRA, DADA AS NOVAS TECNOLOGIAS...O RESTO É PALEIO DE ALJUBE, VULGO DEMAGOGIA CASEIRA...
  • Anónimo
    23 jan, 2019 16:17
    Ai podem? Não é isso que tem acontecido na última década! Jovens qualificados a terem como única saída a precariedade. Mundo vergonhoso em que vivemos. E os responsáveis por isto a viverem à grande e à francesa!
  • 23 jan, 2019 13:08
    Morrer a trabalhar no hospital nao e normal!
  • josé
    23 jan, 2019 10:37
    só agora? Mas então o maior problema deste país são os trabalhadores, o desemprego, a precariedade e acultura do salário minimo. Empresas instáveis, que requisitam um ou dois trabalhadores em 100 que precisam de trabalho, o que se abre com mais fartura é restaurantes e cafés ou lojas comercias e mesmo assim já algumas dispensam porque o cliente é que passa a ter o trabalho de fazer o pagamento, este país não chega aos pés dos outros em competição, como vão melhorar o futuro dos trabalhadores? O que me faz rir é que alguns falam que os privados é que produzem e os funcionários públicos vivem à custa dos privados. também tinha mais que ver os outros servirem de escravos aos privados e não serem pagos. Coisa mais burra e mais tonta. Depois produzam tanto que este país está cheio de pobreza e miséria.

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