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Críticas e contra-ataques. O que dizem os membros do PSD sobre a crise que o partido atravessa

14 jan, 2019 - 17:06 • Filomena Barros com redação e Lusa

Rui Rio será sujeito a uma moção de confiança no Conselho Nacional do partido na próxima quinta-feira.

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O Conselho Nacional do PSD vai ter uma reunião extraordinária na próxima quinta-feira, 17 de janeiro, no Porto para votar uma moção de confiança ao presidente do partido, Rui Rio.

A data do conselho foi marcada esta segunda-feira, dias depois de Luís Montenegro, ex-líder parlamentar do PSD e pretenso candidato à liderança do partido, ter desafiado Rio a marcar eleições diretas antecipadas.

Rui Rio rejeitou fazê-lo e, em alternativa, decidiu levar a própria liderança a votos. Com o voto já agendado e uma crise interna a adensar-se, veja o que vários elementos do partido já disseram sobre o braço-de-ferro.

Mota Amaral diz que é "fundamental" respeitar a vontade dos militantes que escolheram Rio para orientar o PSD durante os próximos dois anos.

"Entendo que é fundamental respeitar os mandatos", sublinhou esta segunda-feira o histórico militante do PSD.

Antigo presidente da Assembleia da República, Mota Amaral tem direito de voto no Conselho Nacional e ao que tudo indica apoia o atual líder. "Rui Rio foi eleito há um ano para um mandato de dois que inclui a sua liderança para as eleições europeias e legislativas nacionais", sublinhou à agência Lusa.

Escudando-se nos atos eleitorais marcados para este ano, o líder do PSD de Portalegre também critica o desafio colocado por Montenegro a Rio, dizendo que "não faz sentido" haver eleições diretas no partido quando já há três idas às urnas marcadas para este ano (europeias, legislativas e para o parlamento regional da Madeira).

"Tudo tem um tempo e acho que não faz sentido nenhum haver eleições diretas porque há um militante que as pede, apesar de cada um ter a legitimidade para as pedir. O PSD tem eleições internas em janeiro de 2020 e é nessa altura que devem ser feitas", defendeu Armando Varela.

Já para o líder do PSD Lisboa, Pedro Pinto, neste momento o que importa é clarificar de que forma se vai processar a votação de quinta-feira, voto esse que, na sua opinião, não deveria ter lugar durante a tarde de um dia útil de trabalho.

"Tem de ficar bem claro que a votação da moção de confiança é uma moção sobre pessoas, que está previsto no regulamento do Conselho Nacional que seja por voto secreto", defendeu Pedro Pinto, desafiando o presidente do Conselho Nacional, Paulo Mota Pinto, a esclarecer "desde já o método de votação".

Questionado pela Renascença sobre se pretende avançar com uma moção de censura ao atual líder do partido, Pedro Pinto diz que não porque já há uma moção de confiança em cima da mesa e garante que vai chumbar essa moção apresentada por Rio para permanecer na presidência do PSD.

Miguel Albuquerque, líder do PSD Madeira, rejeitou comentar os problemas internos do partido, preferindo destacar os entendimentos com Rui Rio. "Gostaria de sublinhar a disponibilidade aquando das propostas [do PSD] da Madeira que foram apresentadas no Orçamento do Estado em conformidade com aquilo que combinei com o presidente do partido", destacou à Lusa.

Por sua vez, o autarca da Câmara de Cascais, Carlos Carreiras, optou por apelar à responsabilidade dos dirigentes do partido para acabar com a atual crise interna que os sociais-democratas atravessam.

O militante espera que Rio reconheça os erros que já cometeu mas que continue à frente do partido, afastando a leitura de que o presidente do PSD sai enfraquecido destas guerras internas.

"Cada um, no exercício das suas lideranças, é que tem de ter essa noção. Sempre fui favorável a que os mandatos devem ser cumpridos, não é o mudar por mudar, tem de haver é, de facto, um projeto, alternativas em termos concretos, e acho que isso não falta ao PSD e é nisso que o PSD tem de se afirmar, independentemente de o protagonista poder ser o A, o B ou o C."

Sobre o desafio colocado por Montenegro, Carreiras diz que foi "precipitado" e que "quem acaba por perder é o partido". Quanto ao Conselho Nacional, diz acreditar que "não vai resolver nada" e que por isso é que reforça o apelo para que as responsabilidades sejam assumidas.

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