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Montenegro acusa Rui Rio de "falta de coragem"

14 jan, 2019 - 15:31 • Eunice Lourenço

Ex-líder parlamentar do PSD insiste na marcação de eleições diretas e diz que Conselho Nacional não é a sua "praia".

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Luís Montenegro, ex-líder parlamentar do PSD e pretenso candidato à liderança do partido, acusou esta segunda-feira Rui Rio de "falta de coragem" por não ter dado resposta positiva ao desafio que lhe colocou para a convocação de eleições diretas antecipadas.

“Lamento que o dr. Rui Rio não tenha tido a coragem e tenha tido medo de ouvir a voz dos militantes”, afirmou Montenegro, à saída de um encontro com o Presidente da República, no Palácio de Belém. Ocasião para o ex-líder parlamentar do PSD responder às perguntas dos jornalistas e reagir à declaração feita no sábado à noite por Rui Rio.

Na declaração de sábado, Rio recusou a convocação de eleições diretas e anunciou que iria pedir a convocação de uma reunião do Conselho Nacional do PSD onde apresentará uma moção de confiança. Na resposta, Montenegro diz que “nunca esteve” nos seus propósitos qualquer moção de censura ou de confiança. A moção de censura tem vindo a ser preparada por um conjunto de distritais insatisfeitas com a liderança de Rui Rio.

“O dr. Rui Rio teve medo, não teve coragem de responder ao meu repto, não marcou eleições diretas. Não sei o que vai acontecer no Conselho Nacional, mas sei uma cosia: sei que a partir desta altura e deste momento vamos ver um PSD seguramente mais ativo e mais focado em fazer aquilo que o país precisa, que é constituir alternativa ao PS e ao Governo”, disse Montenegro, em Belém, onde insistiu na necessidade de uma clarificação no PSD através de eleições diretas.

“O conselho nacional não é a minha praia nesta discussão. Não vou discutir se a decisão é A ou B. Predispus-me a disputar eleições diretas e ainda estou disposto a disputá-las se ainda houver uma decisão nesse sentido de qualquer órgão do partido”, acrescentou o ex-líder parlamentar, que justificou o encontro com Marcelo com o facto de o Presidente ser uma referência no país e para o PSD, partido a que já presidiu.

O encontro entre os dois não consta da agenda oficial do Presidente, apesar de ter sido este a anunciá-lo na sexta-feira depois de um encontro com Rui Rio, no Porto. Como não se tratou de uma audiência formal, Montenegro não entrou pela Sala das Bicas, onde costumam estar os jornalistas, mas pelo Pátio das Damas.

Saiu, contudo, pela Sala das Bicas, onde foi montado o sistema de som para que pudesse dar uma autêntica conferência de imprensa de dez minutos onde também justificou porque é que decidiu avançar agora no desafio a Rui Rio. Montenegro alega que já decorreu metade do mandato do presidente do PSD e que o “resultado é mau”, pelo que, na sua opinião, novas eleições diretas permitiriam uma clarificação interna e que o PSD fosse reforçado às eleições europeias e legislativas deste ano.

Também respondeu a quem o tem acusado de ter avançado devido às preocupações com os lugares nas listas para essas eleições. “Acho um absurdo”, disse, lembrando que renunciou ao seu mandato de deputado. Reconheceu que pode haver entre os seus apoiantes quem esteja preocupado com lugares nas listas, mas acrescentou que “há muitos mais do lado do dr. Rui Rio com essa preocupação”.

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