11 jan, 2019 - 16:47 • Filipe d'Avillez
A psicóloga e os dois padres visados direta e indiretamente na reportagem da TVI, emitida na quinta-feira à noite, no noticiário das 20h00, e seguida de debate, não descartam a hipótese de avançar com processos judiciais contra a TVI, contra a jornalista Ana Leal e contra o autor das filmagens.
A reportagem alega ter desmascarado um “grupo secreto”, composto por psicólogos e padres católicos, com o objetivo de “curar” homossexuais.
Durante a reportagem, são mostradas imagens captadas em contexto de consulta com a psicóloga Maria José Vilaça, de direção espiritual, com um sacerdote cuja identidade não é revelada, e numa reunião confidencial de membros de um grupo de homossexuais católicos que são acompanhados por Maria José Vilaça e pelo mesmo sacerdote.
As imagens são captadas por um homem, que nunca é identificado, que terá recorrido à ajuda da psicóloga e do padre, tendo depois aderido às sessões de grupo. Durante o debate, o homem assume que o fez com intenção de obter as filmagens.
A Renascença sabe que pelo menos Maria José Vilaça, a única visada que é plenamente identificada e que aparece nas reportagens, tenciona processar a TVI e a jornalista responsável pelo programa, pela forma alegadamente ilegal como foram obtidas as imagens - sem a sua autorização - e pela forma como as suas palavras foram deturpadas.
Vilaça está a ser aconselhada por advogados sobre a melhor forma de formular esse processo judicial, mas está já decidida a apresentar queixa junto da Entidade Reguladora da Comunicação Social e da Comissão da Carteira Profissional dos Jornalistas.
A psicóloga está também preocupada com o facto de as imagens que foram captadas por um infiltrado poderem vir a ser divulgadas noutros meios, aumentando o perigo de serem identificados outros membros do grupo.
Já o sacerdote, que é filmado durante uma conversa de direção espiritual que tem lugar num confessionário - mas que não é uma confissão -, estará a ainda a ponderar se processa também a estação pelo facto de ter sido filmado sem autorização.
As reuniões de grupo decorrem numa Igreja em Lisboa, que é identificada na reportagem e aparece claramente nas filmagens. O grupo encontra-se numa sala, cedida pelo pároco, que, de resto, não tem qualquer envolvimento nos trabalhos. Esse sacerdote também estará a avaliar se processa a TVI.