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​TVI defende convite a Mário Machado

04 jan, 2019 - 20:22

Debate entre diferentes correntes de opinião faz parte de sociedade democrática, argumenta a estação de Queluz.

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As direções de informação e de programas da TVI dizem estar comprometidas com a emissão de "uma programação diversificada" e que "o debate entre diferentes correntes de opinião (...) faz parte de uma sociedade democrática, plural e tolerante".

Esta posição surge na sequência da polémica gerada com a participação do líder do movimento de extrema direita Nova Ordem Social, Mário Machado, no dia 3 de janeiro, no programa "Você na TV!", na TVI, e na edição desse mesmo dia do programa "SOS 24", na TVI24.

"A programação da TVI respeita a dignidade da pessoa humana e os direitos, liberdades e garantias fundamentais, não incitando ao ódio racial, religioso, político ou gerado pela cor, origem étnica ou nacional, pelo sexo, pela orientação sexual ou pela deficiência", começa por referir o comunicado, subscrito pelo diretor de informação, Sérgio Figueiredo, e pelo diretor-geral de antena e programas, Bruno de Lima Santos.

"Entre os direitos, liberdades e garantias fundamentais que a programação da TVI respeita encontra-se a liberdade de expressão. A liberdade de expressão é um valor com proteção constitucional, com dignidade de liberdade fundamental, próprio de uma sociedade tolerante com a diferença e absolutamente essencial para o correto funcionamento do nosso sistema político e para o livre desenvolvimento da personalidade de cada um", apontam.

Os responsáveis salientam que a estação está comprometida "com a emissão de uma programação diversificada e plural, compromisso esse que é, aliás, uma imposição legal".

Além disso, "o pluralismo impõe uma consideração editorial das várias sensibilidades da sociedade portuguesa - independentemente da adesão às respetivas mundividências e visões sociais".

Nesse sentido, "as opiniões e a visão histórica expressas por Mário Machado nos referidos programas foram enquadradas por visões alternativas às por si sustentadas. As contradições entre a sua vida pretérita e os valores por si ora defendidos foram assinaladas. Foram igualmente abordados o seu histórico criminal, o contexto e os contornos do seu projeto político, tendo os riscos do extremismo político sido devidamente assinalados", lê-se no comunicado.

"O debate entre diferentes correntes de opinião, por mais criticáveis que as mesmas sejam, faz parte de uma sociedade democrática, plural e tolerante, comprometida com o respeito pelas liberdades individuais", defendem os diretores.

"As direções de programas e de informação da TVI aproveitam a oportunidade para reafirmar, simultaneamente, a importância da liberdade de expressão para o projeto editorial da TVI e o compromisso editorial desta com o respeito pela dignidade da pessoa humana e com a condenação do racismo e da xenofobia", conclui a TVI.

Comentários
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  • José Cruz Pinto
    07 jan, 2019 Ílhavo 17:42
    Sobre a (1) "competência", o (2) "respeito" e a (3) "honestidade" de Salazar: (1) da "competência" só se conhece que sabia fazer contas que qualquer mortal manga de alpaca sabe fazer, tendo o cuidado de não gastar muitos tostões - nem no acessório, nem em quase nada de essencial; (2) do "respeito", sabe-se que desrespeitou TODOS os direitos fundamentais de cidadania e MUITOS direitos humanos, estando ainda vivas algumas das suas vítimas directas, e obviamente praticamente todos os seus descendentes, assim como milhões de cidadãos que indirecta e anonimamente testemunharam (e sofreram com) todos os referidos desrespeitos; (3) da "honestidade" sabe-se apenas que nunca foi directamente apanhado em trafulhices e roubalheiras [podendo acreditar-se que, mesmo hoje e no activo (CRUZES, CANHOTO!), porventura pudesse sair-se menos mal], mas que a marca do regime foram as trafulhices intelectuais, judiciais, eleitorais e muitas outras de que foi directamente responsável e artífice, para além do muito mais alargado e comezinho espectro de desonestidades de muitos dos que o tinham como modelo. Não obstante, paz à sua alma.
  • Armando Cardoso
    06 jan, 2019 Leiria 05:18
    Dou os parabéns à TVI pelo programa. Todavia não concordo com o argumento em que mistura um "arruaceiro delinquente" com a memória de Salazar. Sou Salazarista e não me revejo nos métodos deste senhor nem por ele me sinto representado. A competência, o respeito e a honestidade de Salazar sobrepõem-se a qualquer personagem actual. Compará-los é inconcebível e inaceitável. Não estão no mesmo patamar. Se há pecado da TVI, é apenas aqui. Cada um no seu lugar.
  • tito vila
    05 jan, 2019 faro 18:21
    A sério? Pois da minha parte tvi acabou. Até vou apagar os canais da memória da tv. Se é para ouvir fachos mais vale deixar de ver esta treta de canal.
  • José Cruz Pinto
    05 jan, 2019 Ílhavo 16:03
    Ler, ouvir e ver-se uma televisão (TVI) e uma dirigente e deputada do CDS (na SIC), em nome de um alegado respeito por um conceito de democracia e liberdade (que só elas conhecerão), manifestar-se explicitamente contra qualquer efectiva proibição da livre expressão pública (num órgão de informação televisiva, imagine-se!) de opiniões explicitamente racistas, fascistas e instigadoras de violência e de violação de direitos fundamentais não é só condenável, mas absolutamente REVOLTANTE, REPUGNANTE e, ainda, completamente IDIOTA - tão idiota e INCONCEBÍVEL como, sendo crimes o assassínio e toda a forma de violência e discriminação, permitir e achar normal que deles se possa fazer livre, pública e explícita apologia, em nome de um original conceito de liberdade e livre confronto de opiniões. Para certas luminárias da nossa praça, crime só é crime SE E SÓ SE (e DEPOIS DE) cometido, e porventura nem isso. Até lá, deve-se ser livre de o defender, promover e incitar!! Assim, até Bolsonaro se pode apresentar como santo (e ser mesmo convidado, como aliás foi, para os nossos "altares"), pelo menos por enquanto, por este andar não se sabendo se não mesmo depois. Ver-se também outras luminárias da mesma ou semelhante proveniência (donde mais poderiam vir?) defenderem os macacos de imitação amarelos (impropriamente designados por coletes amarelos) não é de todo menos perigoso, embora possa parecer loucura bem menor.
  • Francisco Ferrão,
    05 jan, 2019 Carcavelos 13:24
    Não há dúvida que TVI, desde que saiu a Cristina Ferreira, vendo as suas audiências a decrescerem, entrou em desespero. Passou a lançar a mão a tudo que mexe, susceptível de aumentar as audiências, mesmo que sejam criminosos condenados, que com jactância pretendem promover “um novo Salazar.” Espero que a ERC condene a TVI por tal afronta ao Povo Português
  • 05 jan, 2019 11:54
    Antigamente os homens"rumavam a setubal"havia o cravo azul"a pedra furada" agora basta ligar a tvi tem a boate em casa!
  • 05 jan, 2019 11:33
    Depois tenho o manuel luis goucha"sempre a jogar-me a cara "que vive ha 20 anos com um homem"o que e que eu tenho a ver com isso"eu tambem vivo com um homem a 40anos!
  • 05 jan, 2019 11:08
    Podiam poupar os portugueses destes concertos de guerra! A sic tambem podia contribuir"tirando a bruxa do concerto"ja que na rtp se entregou em direto um criminoso"sera que o francisco louca nao lhes chega?
  • manuel
    05 jan, 2019 lisboa 09:35
    A TVI deu um bom exemplo do que é a democracia. Estes srs. Tem direito a expressar as suas ideias. Se tenho que ouvir os de sinal contrário pq razão não posso ouvir estes. Não se esqueçam de quem esteve por tras do 25 de Novembro de 75
  • jonas
    05 jan, 2019 queluz 07:05
    Mas deviam trata-lo pelo que é. Homicida condenado e nazi.

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