Tempo
|
A+ / A-

Fundo de desemprego para deputados? Paulo Morais critica Inês Medeiros

03 jan, 2019 - 18:27 • Redação

Hipótese foi defendida por Inês de Medeiros, em entrevista à Renascença e ao jornal “Público”. Paulo Morais, da Frente Cívica, rejeita a ideia.

A+ / A-
Inês de Medeiros. Ex-deputados "não têm direito a nada, nem um subsídio de desemprego"
Inês de Medeiros. Ex-deputados "não têm direito a nada, nem um subsídio de desemprego"

Os deputados devem ter direito a subsídio de desemprego quando deixam a Assembleia da República? A socialista Inês de Medeiros admite essa possibilidade em entrevista à Renascença e ao jornal “Público”.

A presidente da Câmara de Almada defende que é necessário valorizar o trabalho dos parlamentares: “Há que ser claro: quer-se ou não um regime de exclusividade; que garantias se dá aos deputados? A desvalorização da passagem por deputado faz com que haja deputados que deixam de ser deputados e não têm direito a nada, nem sequer a um fundo de desemprego.”

“Quem interrompa a sua carreira para se dedicar à causa pública depois sai e não tem direito a nada. Acho preocupante. Isso é que pode fomentar a corrupção e o facto de os deputados terem vários empregos. Isto deve ser dito claramente. O que é que alguém tem por se dedicar a certa altura à causa pública sem arruinar a sua vida? Estas são as questões essenciais”, sublinha Inês de Medeiros na entrevista à Renascença e ao “Público”.

Questionado pela Renascença sobre a eventual criação de um subsídio de desemprego para os deputados, o presidente da Frente Cívica, Paulo Morais, considera que a ideia não faz sentido.

“Não, de forma alguma. Quem desempenha funções públicas não deve ser beneficiado nem prejudicado. Quando assume um cargo público, no final deve voltar exatamente à mesma situação em que se encontrava anteriormente. Se tinha um emprego deve voltar ao seu emprego, se não tinha, era desempregado, eventualmente, volta à situação de desempregado”, defende Paulo Morais.

O professor universitário considera que, no final de cada mandato, os deputados “devem ter, exatamente, o mesmo tipo de indeminização que tem um contrato a termo incerto”.

“Estiveram quatro anos [no Parlamento] e deve ser simulada a situação de um despedimento com justa causa e recebem, eventualmente, um subsídio de quatro meses como recebem todos os trabalhadores quando saem de uma qualquer função”, sublinha.

Como evitar a desvalorização da ação política? Paulo Morais sustenta que deve ser pela “qualidade dos políticos, não pela sua remuneração”.

“Os políticos mais perversos na atividade política, normalmente, são todos eles ricos. Não é por falta de dinheiro que os políticos desempenham mal a sua atividade, muito pelo contrário. O que tem que acontecer é quem tem boas condições profissionais, quem trabalha bem, deve abdicar durante algum tempo dessa situação para servir a causa pública e, no final, deve voltar à situação em que se encontrava anteriormente”, conclui Paulo Morais.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • Maria Manuela Nunes das Neves
    04 jan, 2019 16:47
    Esta deputada acha pouco o que já têm? O que dirão os reformados e os que ganham o salário mínimo?
  • sofia
    04 jan, 2019 16:28
    Esta Sra cada tiro cada melro. Além de usurpar imoralmente subsídios do Estado dando uma morada em Paris, agora também está preocupada com a remuneração dos deputados. E fazer alguma coisa pelo povo que a elegeu? tipo serviço público?
  • Pedro
    04 jan, 2019 Porto 12:18
    Concordo plenamente. Os deputados são uma espécie de mendigos a viver com o rendimento mínimo e sem direito a reforma. Para além de não saber fazer mais nada na vida, também não conseguiram ir para a faculdade por causa de não terem pais ricos ou de não haver bolsas de estudo. Por isso é mais do que justo que um deputado tenha direito ao subsídio de desemprego, depois de ver extinto o seu posto de trabalho devido à sua incompetência.
  • Está a brincar
    03 jan, 2019 Almada 22:12
    Mas há algum político no desemprego? Eles têm todos lugarzinho reservado num Qualquer Conselho de Administração ou numa gaiola dourada, principescamente paga, nas Empresas que eles beneficiaram enquanto deputados e depois de atravessarem as famosas portas-giratórias, entre política-Finança, vão receber a "recompensa pelos serviços prestados" ... Ainda quer que lhes paguemos pela corrupção oportunista? Está a brincar, de certeza...
  • Amélia
    03 jan, 2019 Lisboa 19:42
    Ai faltam subsídios? Curioso, Não foi esta sra que, enquanto deputada, deu uma morada falsa para ganhar mais uns trocados em subsídios?

Destaques V+