30 dez, 2018 - 11:31 • Filipe d'Avillez , Aura Miguel
O Papa Francisco considera que as pessoas devem deixar-se assombrar e maravilhar mais com os membros da própria família, apresentando esses dois estados de espírito como solução para as discussões e os problemas que atravessam muitas casas.
No dia em que a Igreja assinala a solenidade da Sagrada Família, Francisco refletiu, antes da tradicional oração do Angelus, na Praça de São Pedro, sobre a passagem dos Evangelhos em que Maria e São José perdem Jesus e acabam por o encontrar, passados três dias, no Templo de Jerusalém, apresentando a Sagrada Família como santa, precisamente porque “está centrada em Jesus”.
A capacidade da Sagrada Família de se deixar surpreender pelo ministério de Jesus é uma lição para hoje, considera ainda Francisco.
“Assombrar-se e maravilhar-se é o contrário de dar tudo por adquirido, é o contrário de interpretar a realidade que nos rodeia e os acontecimentos da história apenas segundo os nossos critérios. Assombrar-se é abrir-se aos outros, compreender as razões dos outros: esta atitude é importante para sanar as relações entre as pessoas e é indispensável também para curar as feridas abertas no âmbito familiar.”
“Quando há problemas nas famílias damos por adquirido que temos razão, e fechamos a porta aos outros, em vez de pensar no que existe de bom naquela pessoa e maravilhar-nos com o que têm de bom. Isto contribui para a unidade da família”, disse ainda Francisco.
“Se tiverem problemas com alguém da família, pensem no que a pessoa tem de bom e maravilhem-se com isso.”
“Rezemos por todas as famílias do mundo, sobretudo aquelas em que, por vários motivos, falta a paz e a harmonia. E confiemo-las à proteção da Santa Família de Nazaré”, concluiu.
Avé-Maria pelo Congo
No final da oração do Angelus, como é habitual, o Papa saudou os vários grupos e fiéis que se encontram na Praça de São Pedro, desejando que todos passem o ano com serenidade.
Francisco recordou ainda a República Democrática do Congo, onde decorrem este domingo eleições para encontrar um substituto para o Presidente Joseph Kabila, que é chefe de Estado há 17 anos.
“Rezemos juntos por todos os que na República Democrática do Congo sofrem por causa da violência e do ébola”, começou por dizer o Papa.
“Que todos se empenhem em manter um ambiente pacífico que permita um desenrolar pacífico e regular das eleições”, terminou, conduzindo então os fiéis na oração do Avé Maria, precisamente por esta intenção.