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Ministério Público abre inquérito a acidente com helicóptero do INEM

17 dez, 2018 - 15:15 • Tiago Palma

O helicóptero da Força Aérea que fez as buscas da aeronave só descolou do Montijo quase duas horas depois de ter tomado conhecimento do acidente. E assim foi, segundo a empresa que gere a navegação aérea, porque os Comandos Distritais de Operações de Socorro do Porto, Braga e Vila Real "não atenderam".

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É a Procuradoria-Geral da República quem o confirma: o Ministério Público do DIAP do Porto instaurou um inquérito para apurar as causas do acidente com o helicóptero do INEM que vitimou mortalmente quatro pessoas no último sábado em Valongo.

Este domingo, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, classificou a queda do helicóptero do INEM como um acontecimento "muito triste” e pediu o apuramento de “tudo o que se terá passado”. "Das várias conversas com o presidente do INEM [Luís Meira], resultou a ideia de que há preocupação de apurar tudo o que se terá passado, rodeando este acidente, para determinar efetivamente os factos que ocorreram, como ocorreram, e as lições que se podem e devem extrair para o futuro", lembrou Marcelo.

O helicóptero, em que seguiam o médico espanhol Luis Vega, a enfermeira Daniela Silva, o piloto João Lima e o co-piloto Luís Rosindo, saiu de Macedo de Cavaleiros pouco depois das 15h00, transportando uma doente de 73 anos, e chegou ao Hospital de S. João, no Porto, pouco depois das 18h00 . A tripulação contactou com a Torre de Controlo do Porto às 18h30, para informar que iria descolar para Macedo de Cavaleiros.

A primeira perda de sinal radar com o helicóptero deu-se às 18h55. No entanto, o helicóptero da Força Aérea que fez as buscas da aeronave só descolou do Montijo quase duas horas depois de ter tomado conhecimento do acidente.

As duas horas de hiato entre o momento de desaparecimento do helicóptero e o avanço do socorro para o local do acidente estão, portanto, envoltas em muitas dúvidas.

De acordo com a NAV, empresa que gere a navegação aérea, a Torre de Controlo do Porto, 30 minutos volvidos sobre a derradeira comunicação com o helicóptero, foi tentado o contacto com os Comandos Distritais de Operações de Socorro (CDOS) do Porto, Braga e Vila Real, "que não atenderam".

Marco Martins, o presidente da Comissão Distrital do Porto da Proteção Civil, disse, entretanto, ser falsa a informação da NAV. Para o comandante do CDOS de Vila Real, Álvaro Ribeiro, é também "muito esquisito" que uma chamada não tenha sido atendida,

Perante as várias informações contraditórias, o ministro da Administração Interna determinou à Proteção Civil a abertura de um inquérito urgente ao funcionamento dos mecanismos de reporte da ocorrência e de lançamento de alertas relativamente ao acidente com o helicóptero do INEM.

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