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Proteção Civil diz que a NAV difundiu informação falsa

16 dez, 2018 - 15:44

Marco Martins, presidente da Comissão Distrital do Porto da Proteção Civil, disse ser "falsa" a informação dada pela NAV de que o CDOS do Porto apenas atendeu depois de a chamada ser passada pelo CDOS de Coimbra.

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A Proteção Civil distrital revelou que o Comando de Operações de Socorro (CDOS) do Porto foi alertado para a queda do helicóptero do INEM pelo Comando Nacional e que este foi avisado às 20h09 pela Força Aérea.

Em declarações à Lusa, Marco Martins, presidente da Comissão Distrital do Porto da Proteção Civil, disse ser "falsa" a informação dada pela NAV de que o CDOS do Porto apenas "atendeu" uma chamada sobre o acidente quando a mesma foi "reencaminhada pelo CDOS de Coimbra".

"A chamada chegou ao CDOS do Porto pelo CNOS [Comando Nacional de Operações de Socorro], às 20h15, tendo de imediato sido acionados os bombeiros de Valongo. O alerta chegou ao CNOS às 20h09, pelo departamento de monitorização de radares da Força Aérea. Quanto que diz a NAV, é estranho, até porque há uma linha direta da torre de controlo do Aeroporto do Porto para o CDOS do Porto e a mesma não foi acionada", afirmou.

A NAV, que gere a navegação aérea, revelou que, pelas 19h20 de sábado, foi tentado o contacto com os CDOS do Porto, Braga e Vila Real, "que não atenderam".

"Só após contactar o CDOS de Coimbra, que reencaminhou a chamada para o Porto, é que se conseguiu contactar o CDOS do Porto", vincou a NAV.

Marco Martins garantiu que esta informação "é falsa".

"Contatei com a comandante do CDOS de Coimbra, e não têm qualquer registo disso [de reencaminhar a chamada para o CDOS do Porto]", disse Marco Martins.

"Isto tem de ser devidamente analisado e averiguado", observou.

O presidente da Comissão Distrital do Porto da Proteção Civil disse ter a informação de que "a chamada [sobre o acidente] chegou pelas 20h15 ao CDOS do Porto pelo CNOS, que foi alertado, às 20h09, pelo centro de controlo e monitorização de radares da Força Aérea".

Marco Martins disse ainda ser "estranha" a informação da NAV, "até porque há uma linha direta da Torre de Controlo do aeroporto do Porto para do CDOS do Porto".

"É uma linha direta, apenas para o CDOS e essa linha não foi acionada", garantiu o presidente da Proteção Civil distrital.

Os CDOS de Braga e de Vila Real recusaram hoje não ter atendido a chamada da NAV sobre o acidente de Valongo, garantindo ter operadores "em permanência 24 horas por dia".

Em declarações à Lusa, ocomandante do CDOS de Braga, Hermenegildo Abreu, garantiu que "qualquer chamada" ali recebida "é atendida conforme a sequência de entrada", considerando por isso "muito estranho" que a NAV, empresa que gere a navegação aérea, diga que aquela entidade "não atendeu" uma chamada feita ao fim da tarde de sábado devido à perda de contacto com o helicóptero do INEM que caiu em Valongo.

Para o comandante do CDOS de Vila Real, Álvaro Ribeiro, é também "muito esquisito" que uma chamada de quem quer que seja não tenha sido atendida, porque "a sala de operadores tem sempre dois operadores em permanência, 24 sobre 24 horas".

"Temos um telefone nos serviços administrativos e mesmo esse, se for contactado e não houver atendimento, está programado para reencaminhamento para a sala de operações, onde temos sempre, em permanência, pelo menos dois operadores", afirmou.

A NAV revelou que alertou meia hora após a perda de contacto com o helicóptero do INEM, entidades como a Proteção Civil e a Força Aérea para a falha de comunicação com o aparelho.

Segundo a NAV, às 19h40 foi avisada a Força Aérea Portuguesa, "que é quem ativa a busca e salvamento", 20 minutos depois de terem sido contactados os CDOS do Porto, Braga e Vila Real, que "não atenderam".

Segundo o INEM avançou no sábado, a aeronave estava desaparecida desde as 18h30.

A queda de um helicóptero do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), ao final da tarde de sábado, no concelho de Valongo, distrito do Porto,causou a morte aos quatro ocupantes.

A bordo do aparelho seguiam dois pilotos e uma equipa médica, composta por médico e enfermeira.

Uma avaliação preliminar dos destroços indica que a queda da aeronave aconteceu na sequência da colisão com uma antena emissora existente na zona, segundo o gabinete que investiga acidentes aéreos.

A aeronave em causa é uma Agusta A109S, operada pela empresa Babcock, e regressava à sua base, em Macedo de Cavaleiros, Bragança, após ter realizado uma missão de emergência médica de transporte de uma doente grave para o Hospital de Santo António, no Porto.

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