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Estudantes em dificuldades e refugiados na mensagem de Natal do bispo da Guarda

14 dez, 2018 - 03:41 • Liliana Carona

“Há situações bastante graves de falta de acolhimento e habitação indigna”, afirma D. Manuel Felício. Bispo da Guarda volta a alertar para situação dos estudantes africanos em dificuldades no Instituto Politécnico da Guarda.

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O bispo da Guarda, D. Manuel Felício, divulgou a mensagem de Natal onde apela ao bom acolhimento dos refugiados que chegam a Portugal e recordou as dificuldades dos estudantes dos países africanos de língua oficial portuguesa (PALOP) no Instituto Politécnico da Guarda (IPG), que continuam a chegar todos os dias à Cáritas, com diversas carências.

Infelizmente ainda há muito a fazer no combate à pobreza, começou por referir o bispo da Guarda.

D. Manuel Felício revelou que os números de pedidos de ajuda na Cáritas não têm diminuído e volta a falar num caso particular que a Renascença já noticiou, em 2017.

Os estudantes dos PALOP, que se encontram a estudar no Instituto Politécnico da Guarda, passam dificuldades, garante o prelado.

“Nós temos aqui na Guarda um facto específico, os nossos amigos dos PALOP que vêm à procura da formação no IPG; temos que investir muito para lhes dar o acolhimento a que eles têm direito, falamos da Cáritas, para lhes darmos a atenção que merecem e têm direito, porque se não lhes damos a verdadeira a atenção o melhor é não mandá-los vir, e nem digo coisas que me têm dito nestes últimos dias, temos que encontrar um caminho de dignidade para eles”, alerta D. Manuel Felício.

O prelado acrescenta que o IPG “tem mecanismos próprios que não podem responder às necessidades todas que existem e os factos provam-no. Há situações bastante graves de falta de acolhimento, habitação indigna, não digo que estão debaixo da ponte, mas quase”.

O bispo lamenta que, “apesar dos objetivos do milénio que pretendiam reduzir para metade a pobreza no mundo até 2015, infelizmente entre nós ainda há muito que fazer, neste combate”, realçou.

Na mensagem de Natal apelou ainda ao bom acolhimento dos refugiados que chegam a Portugal, dando um exemplo recente da diocese.

“Estou a pensar em 19 refugiados que foram recolhidos do navio Aquarius e que foram acolhidos no Seminário do Fundão, 17 etíopes e dois sírios, todos jovens que estão ali para terem o acolhimento a que têm direito, assistente social, saúde, educação, é uma forma de dar darmos cumprimento a este imperativo que vem da nossa consciência, porque sociedades xenófobas não vão a lado nenhum”, sublinha.

D. Manuel Felício considera que “a lição do presépio convida a todos a percorrer sempre caminhos que conduzam à plena inclusão social de todas as pessoas, mesmo daquelas que, por circunstâncias várias, deixaram a sua pátria e a cultura de origem e batem agora à nossa porta”, conclui.

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