13 dez, 2018 - 10:36
O Hospital da Cruz Vermelha (HCV) reconhece que o recurso à greve é um direito legítimo dos trabalhadores, mas diz que o aumento salarial de 9% pedido pelos funcionários é inviável para uma instituição em processo de reestruturação.
Em comunicado, o conselho de administração daquele hospital de Lisboa afirma que, neste momento, a preocupação "vai para a segurança dos doentes", pelo que foi reprogramada toda a atividade normal.
"O foco do HCV é manter, com planeamento, a sua atividade clínica para que doentes e familiares possam continuar a ter os melhores cuidados médicos", lê-se no comunicado.
Os trabalhadores do Hospital da Cruz Vermelha estão esta quinta-feira em greve para exigir aumentos salariais e a assinatura de um acordo de empresa sem perda de direitos.
Na nota emitida, o hospital destaca que um aumento de 9% é inviável para a "sustentabilidade do HCV, que se encontra num processo de reestruturação", e para garantir a manutenção da atividade e as centenas de postos de trabalho.
O conselho de administração sublinha também a importância das condições de trabalho dos funcionários, médicos, enfermeiros, auxiliares de ação médica, técnicos de saúde e da manutenção e administrativos e refere que “tem um acordo de empresa que atribui aos funcionários melhores condições do que aquelas que são oferecidas pelos outros hospitais do setor privado".
O conselho de administração do HCV salienta que "sempre honrou este acordo de empresa e que os funcionários sempre beneficiarão dos seus direitos até ao final das suas carreiras", garantindo que o hospital "decidiu reajustar situações de funcionários que estavam em desvantagens face ao mercado e de uma forma gradual".
Os trabalhadores do Hospital da Cruz Vermelha realizam também hoje uma concentração à porta da instituição, em que é esperada a presença do secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos.
As reivindicações passam também pelas 35 horas de trabalho semanal para todos os trabalhadores, sem discriminação, e pela integração no acordo de empresa de todos os que prestam serviço no hospital, independentemente do vínculo contratual, de acordo com a informação divulgada pela central sindical.
Os sindicatos afirmam que a administração do hospital denunciou em 2016 o acordo de empresa, assumindo desta forma uma rutura com a convenção assinada entre as partes.
Os trabalhadores pretendem agora prosseguir e finalizar negociações sobre a matéria em causa, depois de um período de impasse.