12 dez, 2018 - 08:08
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A liderança de Theresa May pode estar em causa. Os deputados do Partido Conservador vão levar a votos, esta quarta-feira, uma moção de censura contra a líder do partido e primeira-ministra.
Graham Brady, que dirige o "Comité 1922" anunciou que este órgão de fiscalização do partido recebeu cartas dos deputados a pedir a demissão de May em número suficiente para avançar com a moção de desconfiança. Eram precisos 48 pedidos (o que equivale a 15% dos 315 deputados conservadores) o que terá sido alcançado nos últimos dias.
Os deputados dizem que perderam a confiança no trabalho de Theresa May depois de ter adiado a votação do Brexit no parlamento, que foi reagendada para dia 21 de janeiro.
A votação estava inicialmente marcada para segunda-feira, mas a chefe do Executivo decidiu adiá-la sem marcar nova data por temer que o acordo fosse chumbado.
A votação deverá ocorrer entre as 18h00 e as 20h00 na Casa dos Comuns, a câmara baixa do Parlamento. Se a moção for aprovada, May deixa automaticamente de ser líder do partido conservador e abandona a liderança do Governo britânico. Não é, no entanto, obrigatório que sejam convocadas novas eleições, podendo os conservadores escolher um novo chefe do executivo.
O acordo sobre o qual o Parlamento se irá pronunciar foi alcançado no Conselho Europeu de 25 de novembro e define a relação entre Londres e a União Europeia após 29 de março, a data de saída do Reino Unido.
Para que essa saída se concretize e o acordo entre em vigor, é necessária a aprovação da casa dos Comuns e, depois, ratificado pelo Parlamento Europeu.
A última
vez que um líder conservador foi deposto pelos seus próprios parlamentares, foi
em 2003, quando Iain Duncan Smith acabou por ser substituído por Michael Howard.