11 dez, 2018 - 08:17
É com satisfação que o coordenador da Pastoral Penitenciária olha para a decisão do Colégio Arbitral de convocar serviços mínimos na greve dos Guardas Prisionais, para os dias 14 a 18 de dezembro. Desta forma, ficam assegurados os almoços e as visitas de Natal dos reclusos.
O Padre João Gonçalves considera que esta é uma medida sensata que merece aplausos e alerta que seria violento e até perigoso privar os detidos de estarem com a família nesta época. "No meu ponto de vista, seria uma violência muito grande nestes dias de Natal, que são simbólicos mesmo para quem não é cristão, privar os meus irmãos reclusos de poderem estar com as famílias”, afirma em entrevista à Renascença.
Seria muito violento e algo perigoso também, porque a paciência dos presos também se pode esgotar, como é normal", acrescenta.
Para o coordenador da Pastoral Penitenciária, os protestos dos reclusos são explicáveis pelo impacto que a greve dos guardas tem no dia-a-dia dentro das prisões. Contudo, considera que não é a melhor estratégia.
O Padre João Gonçalves diz ainda que os reclusos compreendem a greve dos guardas prisionais e faz apelo a um acordo para acabar com a paralisação. "O nosso voto é que haja paz e os próprios presos se sintam serenos e calmos” enquanto aguardam um acordo.
O Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional iniciou na quinta-feira uma greve entretanto estendida até 27 de dezembro, admitindo mais paralisação até ao fim do ano e greve de zelo durante todo o ano de 2019.
Em causa está a conclusão da revisão do estatuto profissional, exigindo os guardas prisionais que sejam retomadas as negociações com o Ministério da Justiça que foram suspensas em agosto.
No âmbito da revisão do estatuto, os guardas prisionais reivindicam uma atualização da tabela remuneratória, criação de novas categorias e um novo subsídio de turno. Alteração dos horários de trabalho, descongelamento das carreiras e novos admissões para o corpo dos guardas prisionais são outros motivos dos protestos.