10 dez, 2018 - 10:35
A futura titular do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, no Brasil, defende que “se a gravidez é um problema que dura só nove meses, o aborto é um problema que caminha a vida inteira com a mulher”.
Em declarações à imprensa na quinta-feira, depois de uma reunião com o Presidente eleito, Jair Bolsonaro, Damara Alves salientou que “não vai lidar com o tema aborto", mas sim "com a proteção de vida e não com morte”.
Damara diz querer um país que priorize políticas públicas de planeamento familiar e considera que o aborto deve ser contemplado "apenas nos casos necessários e previstos na lei" e jamais "como um método contracetivo".
Em março, numa entrevista ao jornal "Expresso Nacional", afirmou que a mulher “nasceu para ser mãe” e que esse é o seu “papel mais especial”. A agora futura ministra mostrou-se também preocupada “com a ausência da mulher em casa”.
A futura ministra identificou como principal prioridade o combate à violência, principalmente contra a comunidade LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais ou transgénero) e frisou que, “se necessário, estarei nas ruas com os travestis, na porta das escolas com as crianças que são discriminadas".
As alegações da futura governante divergem das do Presidente eleito, que durante uma entrevista, em março, no programa "Custe o Que Custar", declarou que “seria incapaz de amar um filho homossexual. Não vou dar uma de hipócrita aqui: prefiro que um filho meu morra num acidente do que apareça com um bigodudo por aí. Para mim ele vai ter morrido mesmo”.