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Lisboa e Porto marcharam em defesa do clima

08 dez, 2018 - 17:47

A iniciativa "Climate Alarm - Marcha Mundial pelo Clima" foi replicada noutras cidades mundiais.

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Dezenas de pessoas manifestaram-se este sábado, em Lisboa e no Porto, em defesa do clima, numa marcha convocada em 150 cidades de todo o mundo.

"Gás, carvão, petróleo debaixo de solo" gritaram cerca de 50 manifestantes, em Lisboa, em defesa do clima, em frente da sede de uma empresa de exploração de combustíveis fósseis com projetos em Portugal.

O protesto começou cerca das 13h30 na avenida da Liberdade. Decorreu ao som do ritmo alegre dos tambores tocados por alguns dos ativistas que se juntaram à marcha do clima convocada para 150 cidades, entre os quais voluntários da Climáximo, SOS Salvem o Surf, Extintion Rebellion e Diem 25.

Além das palavras de ordem, como "não ao furo, sim ao futuro" - uma alusão aos projetos da Australis para a zona centro do país --, os manifestantes traduziram também o móbil deste protesto em cartazes com dizeres como "mar a avançar e os políticos a cagar", ou "send goodvibes, not emissions" ("enviem boas vibrações, não emissões"), "we will always not have Paris" ("não teremos sempre Paris") e "furem a vossa prima".

O momento alto do protesto aconteceu com uma performance durante a qual a sede da Australis e uma torre simbólica representando a exploração petrolífera foram rodeadas com uma linha vermelha tricotada.

Marcha no Porto faz "soar o alarme" para riscos do aquecimento global

Ativistas de cinco organizações preocupadas com o futuro do planeta foram à principal artéria comercial do Porto para "fazer soar o alarme" quanto ao aquecimento global e lembrar que todos podem contribuir para o limitar.

"Be the change" ("sê a mudança") era um dos desafios lançados pelos ativistas em dezenas de cartazes exibidos na rua de Santa Catarina.

Para quem se afadigava em compras, havia também um "recado" em forma de cartaz: "Uns compram, todos pagam".

A própria Câmara do Porto era destinatária de uma das mensagens, aposta sobre um aviso próprio para licenciamento de construções: "Porto, espaços verdes".

A iniciativa designada "Climate Alarm - Marcha Mundial pelo Clima", que foi replicada em outras cidades mundiais, acontece numa altura em que decorre em Katowice, na Polónia, até dia 14, a 24.ª Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP24), durante a qual se debatem as regras finais para implementação do Acordo de Paris.

"A verdade é que as metas estabelecidas pelo Acordo de Paris no COP21 não são acatadas por nenhum dos países aderentes", refere uma nota dos organizadores da iniciativa do Porto, acrescentado que "os compromissos assumidos, mesmo que respeitados, não são suficientes", já que a sua implementação "levará sempre a um aquecimento global superior a três graus centígrados".

"Caminhamos para uma catástrofe e temos até 2030 para a contornar. E cabe a todos nós despertar e exigir ação urgente para evitar este cenário. Cabe-nos relembrar os chefes de Estado que eles nos representam e que a nossa vontade é que todas as escolhas atuais e futuras respeitem o limite de 1,5 graus centígrados", sublinham.

A marcha do Porto foi precedida de uma concentração junto à Capela das Almas, sendo realizada pelas organizações Extinction Rebellion, Climáximo e Diem 25.

O ministro português do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes - que está a partir de segunda-feira em Katowice para participar na última semana da COP24 - já disse que, depois do Acordo de Paris sobre redução de emissões de gases com efeito de estufa, alcançado em 2015, esta é a conferência em que há decisões muito concretas "que têm de ser tomadas", sendo uma delas "fechar o chamado livro de regras de Paris".

Ou seja, explica, os países têm de sair de Katowice com "os mecanismos de monitorização e de medida das emissões de gases que produzem efeito de estufa" para serem aplicados de forma uniforme em todos os países, afirmou o ministro, em entrevista à agência Lusa.

Em Paris cada país apresentou as suas metas de redução, mas se nem todos podem ter as mesmas metodologias, ainda que todos tenham de ter o mesmo método. Tem de haver uma "medida universal" para essas emissões, declarou o ministro.

[notícia corrigida - A Climate Reality Project não participou nas manifestações]

Comentários
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  • andré
    08 dez, 2018 Portugal 21:41
    mais uma manif política. Ainda por cima com muita ignorância....
  • Doentes!
    08 dez, 2018 Almada 18:55
    O mundo está a ficar muito perigoso! Eu esperava que protestassem contra a violação de direitos humanos, mas não. Isso demonstra um atraso civilizacional preocupante. Este povo infantil é um problema grave.

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