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Autarca denuncia “perigo iminente” na EN 218. Infraestruturas de Portugal nega risco

30 nov, 2018 - 13:18 • Olímpia Mairos

O autarca de Vimioso diz que a situação agrava quando as chuvas são mais intensas, como tem acontecido agora.

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A estrada que liga Vimioso à freguesia de Carção, com prolongamento para a A4 e para Bragança, “é a maior dor de cabeça do distrito”, afirma o presidente da Câmara de Vimioso, Jorge Fidalgo. “É uma dor de cabeça, porque basta que chova um bocadinho e há derrocadas nesta estrada”, explica o autarca.

As encostas da EN218 são um perigo constante para quem ali circula, sobretudo em época de inverno e chuva.

Jorge Fidalgo refere que é habitual a autarquia colaborar com a Infraestruturas de Portugal e que é “comum deslocar as retroescavadoras [do município] para limpar as derrocadas que vêm para a estrada”.

“Quando as chuvas são mais intensas, como está a acontecer agora, nesta época, há um perigo iminente de derrocadas maiores de pedras de grandes volumes, pedras imensas”, alerta o autarca, acrescentando que “hoje, quando atravessamos a ponte de Vimioso para Carção, praticamente ficamos debaixo de uma escarpa. É quase um túnel”.

O presidente da Câmara de Vimioso manifesta-se preocupado com a “falta de condições de segurança do troço da N218 entre Vimioso e Carção” e lembra que cerca de 60 % dos alunos que estudam no Agrupamento de Escolas de Vimioso são provenientes de localidades servidas por esta via rodoviária, “o que aumenta o grau de preocupação, já que há a circulação diária de autocarros que transportam crianças e jovens”.

Jorge Fidalgo assegura que “a Infraestruturas de Portugal (IP) conhece esta realidade, porque, ano após ano, têm sido notificados e documentados com fotografias dos acidentes e derrocadas que ocorrem neste percurso cada vez mais e de que nós tememos que estas situações tragam alguma tragédia”.

A construção de uma nova travessia sobre o rio Maçãs, reivindicação antiga do município de Vimioso, poderia, segundo o autarca, assegurar "uma nova e segura forma de fazer este importante percurso rodoviário”.

O Estudo de Impacto Ambiental (EIA) para a construção de uma nova ponte sobre o rio Maçãs, que ligue Vimioso a Carção já se encontra no sítio da internet da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) para discussão pública. O autarca social democrata espera "que, após terminar o prazo de consulta pública do EIA e parecer favorável, se possa promover a conclusão do projeto de construção da travessia sobre o rio Maçãs”.

“Na minha opinião, há condições reunidas para que o concurso da empreitada seja lançado em 2019, basta que haja vontade política”, acrescenta.

A construção de uma nova ponte sobre o rio Maçãs, no concelho de Vimioso, e acessos da estrada 218 têm, segundo Jorge Fidalgo, um investimento previsto de 20 milhões de euros.

Esta ligação “é fundamental” para quem se desloca da sede de concelho ou dos municípios vizinhos de Mogadouro e Miranda do Douro para a capital de distrito, Bragança, ou para a Autoestrada Transmontana.

EN 218 "não está identificada como de risco"

Confrontada com a denúncia do autarca, a Infraestruturas de Portugal assegura que está a proceder à monitorização da EN 218 "através de uma fiscalização semanal, avaliando dessa forma o seu estado de conservação e a eventual necessidade de tomada de medidas adicionais de proteção, tendo em vista a segurança da infraestrutura e dos seus utilizadores".

A informação foi avançada à Renascença por fonte da empresa que administra as estradas em Portugal. A mesma fonte garante que a estrada em questão "não está identificada como de risco".

Em reação às críticas de Jorge Fidalgo, que alerta para a perigosidade da estrada, nomeadamente no troço entre Vimioso e Carção, a Infraestruturas de Portugal informa que, "nos últimos anos, foram realizadas várias intervenções de sustentação do talude ao longo da vida" para evitar derrocadas.

Segundo a IP, “está prevista a colocação de algumas redes de proteção contra a queda de pedras em taludes de pequena dimensão (entre 5 a 7 metros) de certas secções da EN218 onde têm ocorrido alguns desprendimentos de pequena dimensão”.

“Caso a monitorização efetuada assim o justifique, serão tomadas medidas adicionais mais intrusivas, como a indução controlada e pontual de alguns desprendimentos”, conclui a empresa em resposta à Renascença.

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  • Luís Espírito Santo
    13 out, 2019 Santo estêvão - Chaves 20:14
    Na planetude da vida dos cidadãos, há que reconhecer, que muitas vezes, esquecemo-nos, dos factos, que ao longo dos tempos, vão surgindo, no nosso quotidiano. Infelizmente é necessário, ocorrerem graves dezastres, para que as autoridades que governam o País, acordem e tomarem as iniciativas de resolução, depois de ter caído a casa; porém, no momento choram, mas depois com passar dos dias tudo esquece.-

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