21 nov, 2018 - 16:58
A Confederação Nacional das Associações de Pais (Confap) considera insuficiente a possibilidade de se extinguir o segundo ciclo do ensino básico no âmbito da reforma do ensino.
O Conselho Nacional de Educação sugere que se repense essa fase do ensino tendo em conta o elevado número de reprovações.
Em reação à proposta, Jorge Ascensão, presidente da Confap, defendeu uma reforma mais vasta que envolva o modelo de ensino e de avaliação.
"É preciso pensarmos toda essa alteração e não ter medo das palavras", defendeu em declarações à Renascença. "É preciso pensar essa reforma que o sistema educativo necessita de uma forma global e incluir nessa reflexão aquilo que é o modelo de ensino de hoje, aquele modelo sala de aula, em que a grande maioria dos jovens só vê as costas dos colegas e em que não há interação. Portanto é preciso repensar este modelo de trabalho no ensino e também o modelo de avaliação."
No relatório sobre o estado da educação em 2017, divulgado esta quarta-feira, o Conselho Nacional de Educação chega a sugerir que se extinga o segundo ciclo do ensino básico, uma medida que é refutada pelo ministro da Educação.
Tiago Brandão Rodrigues contestou que a existência do 2.º ciclo tenha um impacto na "cultura de retenção", leia-se chumbo de alunos, defendendo que mudanças nos ciclos de ensino necessitam primeiro de "discussões alargadas" e experimentação.
As declarações do ministro da tutela surgiram na sequência da posição da presidente do Conselho Nacional de Educação (CNE), Maria Emília Brederode Santos, que defendeu que deveria ser repensada a existência do 2.º ciclo, lembrando que se trata de uma "originalidade portuguesa" e que "não é uma boa prática" tendo em conta o elevado número de reprovações.