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Ministro da Defesa manifesta “plena confiança” no seu chefe de gabinete

19 nov, 2018 - 13:27

Paulo Lourenço estará a ser investigado devido a suspeitas de utilização indevida de dinheiros públicos no consulado-geral em São Paulo. “Eu não tinha conhecimento, ele não tinha conhecimento", diz o ministro Gomes Cravinho.

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O ministro da Defesa, João Gomes Cravinho, disse, esta segunda-feira, em Bruxelas que tem “plena confiança” no seu chefe de gabinete, Paulo Lourenço, alegadamente investigado devido a suspeitas de utilização indevida de dinheiros públicos no consulado-geral em São Paulo.

“Eu não tinha conhecimento, ele não tinha conhecimento. O Ministério dos Negócios Estrangeiros já fez o esclarecimento que tinha a fazer. O Ministério Público também indicou que não há arguidos. Portanto, acho que não há mais nada a acrescentar sobre essa matéria”, afirmou.

O ministro falava aos jornalistas à saída de um encontro com o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, no quartel-general da Aliança Atlântica, em Bruxelas.

Questionado sobre se mantém a confiança no seu chefe de gabinete,Cravinho confirmou que assim é, afirmando que “a confiança é plena”.

“Ele é chefe de gabinete e, portanto, tem a minha confiança”, concluiu.

Pouco antes, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, que se encontra igualmente em Bruxelas, já esclarecera o que classificou como “um rol de incorreções” relativamente à atuação do antigo cônsul em São Paulo, e atual chefe de gabinete do ministro da Defesa.

Questionado sobre a investigação do Ministério Público ao antigo cônsul em São Paulo, noticiada no domingo pelo jornal Correio da Manhã, Augusto Santos Silva começou por salientar que desconhece “em absoluto seja o que for sobre inquéritos judiciais em curso”.

Santos Silva afirmou que Paulo Lourenço desempenhou as suas funções de cônsul “com brilho”, não foi alvo de qualquer processo disciplinar, não geriu qualquer conta bancária do consulado, nem tão pouco tratou de vistos ‘gold’.

Apontando que apenas tem conhecimento da investigação porque leu na imprensa de domingo “que o Ministério Público tinha respondido afirmativamente, que havia um inquérito em curso”, Santos Silva afirmou que aquilo que pode dizer, enquanto ministro dos Negócios Estrangeiros, é “repor a verdade”, começando por esclarecer que “o anterior cônsul-geral em São Paulo, Paulo Lourenço, atual chefe de gabinete do ministro da Defesa Nacional, não foi chamado a Lisboa antes do tempo”.

“Eu gosto que nós tenhamos opiniões fundadas em factos e os factos são estes: no que diz respeito ao Ministério dos Negócios Estrangeiros, o ministério não desencadeou nenhum processo disciplinar em relação a essa personalidade. Essa personalidade não geriu pessoalmente seja que conta fosse do consulado que dirigiu. Não foi chamado antes do tempo. Desempenhou as suas funções, aliás, com brilho conhecido e público. Foi colocado quando regressou a Lisboa, estava em processo de colocação. Nem tratava de vistos ‘gold’, visto que os cônsules não tratam de vistos ‘gold’, nem o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras pediu fosse o que fosse”, declarou.

Santos Silva sublinhou que, “portanto, o rol de incorreções é bastante grande, como é aliás costume nestes casos, infelizmente”.

De acordo com a edição de domingo do Correio da Manhã, que cita a Procuradoria-Geral da República, em causa está um inquérito do Ministério Público relacionado com "a descoberta de uma alegada conta bancária" do consulado-geral de São Paulo com cerca de três milhões de euros indevidamente contabilizados.

A investigação ao antigo cônsul, agora chefe de gabinete do ministro da Defesa, João Gomes Cravinho, "terá sido desencadeada" depois da descoberta de "alegadas irregularidades na concessão de vistos ‘gold’ a cidadãos brasileiros "por parte do Ministério dos Negócios Estrangeiros e do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras.

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  • João Lopes
    19 nov, 2018 Viseu 14:41
    Investigue-se, porque toda a gente tem direito ao bom nome até que se prove o contrário.

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