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Partidos não são nem "esquadrões" nem "caçadores" de "notícias falsas"

18 nov, 2018 - 10:58

Atualmente os partidos combatem as notícias falsas com desmentidos, mas estes não costumam chegar tão longe como as mentiras que visam combater.

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A circulação das “fake news” à velocidade das redes sociais é um fenómeno novo em Portugal e as direções dos partidos não têm estruturas para combater o fenómeno nem querem "caçadores" de "notícias falsas".

Contactados pela Lusa, PS, PSD, BE, PCP e CDS afirmaram não dispor de um gabinete ou grupo de trabalho especialmente dedicado, afirmando que a resposta possível deve ser a "ação política" e esclarecimento (Carlos Gonçalves, PCP) ou através do desmentido (Telmo Correia, CDS).

Fontes dos cinco partidos assumiram à Lusa que esses "departamentos" não existem, embora tenham pessoas que fazem a gestão das páginas na internet e contas próprias nas redes sociais. Até ao momento, dizem, as respostas a notícias falsas ou desinformação foram diversas.

Dois exemplos recentes. O Bloco de Esquerda, por exemplo, anunciou uma queixa por causa da "notícia" de que a coordenadora bloquista, Catarina Martins, usava um relógio de 20 milhões de euros.

No CDS, há meses, por alturas do conflito dos taxistas por causa das plataformas eletrónicas de transportes, o partido desmentiu a informação, usada por membros de uma associação de táxis, que o marido da líder centrista tinha uma participação na Uber.

"O problema é que o desmentido é normalmente pouco eficaz, comparado com uma ‘fake news’ que se propaga nas redes sociais à velocidade da luz", constata Telmo Correia, do CDS.

A estratégia é, segundo as mesmas fontes, para continuar.

O BE, segundo o deputado dirigente bloquista, tem "uma presença forte nas redes sociais, tem feito o seu trabalho no desmentido de notícias falsas e vai continuar a fazê-lo com a consciência de que este é um fenómeno que está para chegar em grande escala a Portugal".

Com a certeza, segundo Jorge Costa, de que o uso indevido das redes, "de maneira manipulatória ou na produção de falsidade, tem que ter uma penalização social e um custo político que não tem".

Ainda à esquerda, Carlos Gonçalves disse, entre sorrisos, que o PCP não está a pensar lançar uma "rede de contra-'fake news'" e argumentou que a resposta "é a luta trabalhadores e do povo, por muito que isto possa parecer fora desta discussão".

"Não há nada mais esclarecedor do que a luta, a intervenção, a proposta", o "esclarecimento" de posições sobre o que pensa o partido, seja ou não em período eleitoral.

E Manuel Teixeira, dirigente do PSD, académico e ex-diretor do Comércio do Porto, assume que o partido não está a fazer "o trabalho que as autoridades nacionais devem fazer".

"O PSD não é um caçador de 'notícias falsas'", afirmou.

As “fake news”, comummente conhecidas por notícias falsas, desinformação ou informação propositadamente falsificada com fins políticos ou outros, ganharam importância nas presidenciais dos EUA que ditaram a eleição de Donald Trump, no referendo sobre o “Brexit” no Reino Unido e, mais recentemente, nas presidenciais no Brasil, em que as sondagens deram vantagem ao candidato de direita, Jair Bolsonaro, que ganhou as eleições.

Comentários
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  • otário
    18 nov, 2018 coimbra 15:51
    POIS É! Eu estou de acordo que quem publica noticias falsas deveria ser devidamente responsabilizado e condenado com pena de prisão, mas o problema é que eu já em criança e já lá vão 75 anos ouvia dizer que em tempo de guerra, mentira como terra. Mas eu pergunto aos senhores políticos se por ventura têm razão para se queixarem, pois ao longo destes últimos QUARENTA ANOS a única coisa que fizeram foi enganarem e saquearem sem dó nem piedade o desgraçado Povo Português, não é verdade ? Pelo que se tem visto, até parece que não há um único politico que não tenha roubado a Nação, pois todos os dias se descobre um novo caso em que estes TIPOS se apoderaram de uns MILHÕES e não há JUIZ nem JUSTIÇA que meta estas QADRILHAS na prisão e lhes confisque os bens que não lhes pertence. Andamos nisto há longos anos e só as velhinhas que ROUBARAM (!!!!) um pão num supermercado vão parar à cadeia. TENHAM VERGONHA, mas vergonha é coisa que não há em vocês, pois cada vez que se descobre mais um caso, logo os visados vêm para a praça pública com as queixinhas já velhas e ainda GOZAREM COM A NAÇÃO.

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