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Há 71 locais com risco grave de inundações em Portugal continental

16 nov, 2018 - 18:33

Relatório da Agência Portuguesa do Ambiente alerta para a insuficiência de mecanismos de drenagem urbana capazes de enfrentar fenómenos extremos.

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A Agência Portuguesa do Ambiente (APA) identificou 71 áreas de elevado risco de inundação em Portugal continental.

No relatório "Avaliação Preliminar do Risco de Inundações em Portugal Continental" foram analisados eventos extremos conhecidos desde dezembro de 2011 e considerados potenciais eventos futuros.

O documento conclui que, da totalidade de áreas de risco, 58 estão associadas a fenómenos de origem fluvial e/ou pluvial, 13 a eventos de origem costeira e quatro a zonas fronteiriças.

Torres Vedras, Alcobaça, Lourinhã, Figueira da Foz, Chaves, Esposende, Braga e Vila Real de Santo António são as oito cidades mais vulneráveis, com, pelo menos, dois locais críticos.

Mais de metade (58%) dos eventos reportados, entre 2011 e 2018, resultaram num impacto alto ou médio para a população afectada.

No mesmo período, o cenário é semelhante, no que respeita às actividades económicas, com 53% das ocorrências a traduzirem-se em impactos muito elevados ou médios.

O relatório da APA alerta, ainda, para a “existência de um risco potencial de perda de território em 67% da orla costeira”. Lisboa, Setúbal, Faro, Aveiro e Porto são as regiões mais vulneráveis à subida do nível das águas do mar.

Este quadro de consequências é retratado num trabalho da Renascença que revela as principais causas deste fenómeno e os melhores métodos para lhe fazer frente.

Chuvas menos frequentes e mais intensas

O relatório da APA chama também a atenção para a influência das alterações climáticas no aumento do risco de inundações.

A tendência geral será de “diminuição da precipitação média anual” e “concentração da precipitação em períodos mais curtos”, factos que se deverão traduzir num aumento da frequência de eventos extremos.

Esta alteração nos padrões de precipitação mensal pode condicionar a gestão de infraestruturas hidráulicas e barragens.

Se à equação somarmos ainda a “insuficiências nos sistemas de drenagem urbana para fazer face a estes eventos” vemos crescer o número de factores de risco e, consequentemente, a probabilidade de ocorrência de inundações.

Cada concelho deverá, por isso, proceder à elaboração de planos de gestão de risco, em conjunto com a Protecção Civil. A delimitação das áreas de inundação será feita em 2019.

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