13 nov, 2018 - 15:19
O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, atacou o seu homólogo francês, esta terça-feira, numa série de publicações na rede social Twitter. As mensagens mostram o quanto o ambiente entre EUA e França se deterioru, depois da visita de Trump a Paris.
Em cinco "tweets", publicados no dia em que se marca o terceiro aniversário dos ataques terroristas de 2015, em Paris, Trump insultou o seu aliado europeu pelas derrotas frente à Alemanha nas duas guerras mundiais, pela sua indústria vinícola e pelos fracos resultados de Macron nas sondagens de aprovação.
O Presidente norte-americano aludiu a palavras de Macron sobre o facto de a Europa ter de se proteger sozinha, escrevendo: "Eles estavam a começar a aprender alemão em Paris quando os Estados Unidos chegaram. Paguem pela NATO ou não!"
Trump voltou a Washington depois de ter passado o fim-de-semana em Paris, para as comemorações dos cem anos do armistício da Primeira Guerra Mundial. Durante as comemorações, o clima tenso entre o Presidente americano e os líderes europeus, nomeadamente Macron, Merkel e Putin, foi evidente.
Trump ainda fez um comentário sobre Macron repudiar a palavra "nacionalista", por não ter em conta o ambiente em torno da França. Trump viu as palavras como um farpa indireta a si, que se classificou como "nacionalista" por defender os interesses americanos.
"Já agora, não há país mais Nacionalista que a France, um povo muito orgulhoso e merecidamente!", disse Trump, terminando a tirada com a frase "MAKE FRANCE GREAT AGAIN", uma alusão ao seu slogan "Make America Great Again" (traduzido livremente para "Tornar a América Grande Novamente").
A equipa do Presidente francês respondeu aos "tweets", com a ausência de resposta. O gabinete de Macron disse que Macron leu os "tweets" mas não vai comentar. E na resposta à agência Reuters, a equipa de Macron disse que falou com Trump e assegurou a sua posição sobre a possibilidade de um exército europeu.
Ataques lá fora e dentro de casa
Num último "tweet" desta tirada de publicações, Trump defendeu ainda a sua ausência de uma comemoração no sábado, em que estava previsto que visitasse o cemitério onde estão sepultados os soldados americanos que lutaram na Primeira Grande Guerra.
Segundo o Presidente, a culpa foi dos Serviços Secretos americanos, que não permitiram que Trump fosse de carro para o cemitério, devido às condições climatéricas.
Nos Estados Unidos, muitos ficaram ofendidos pela decisão e compararam a atitude com fotos de Barack Obama em que o antigo Presidente é visto a discursar debaixo de chuva intensa.
A troca de acusações entre os críticos de Trump e o Presidente americano surge no meio do pior incêndio na história dos Estados Unidos. O estado da Califórnia está a ser afetado por incêndios que já mataram mais de 25 pessoas e Trump está a ser atacado pela sua abordagem ao problema.
Trump culpou a gestão florestal pelo incêndio, mas os bombeiros rapidamente fizeram "fact-checking" (verificação de factos) às declarações do Presidente, clarificando que o incêndio se passava em zonas urbanas. Logo, fora da jurisdição do controlo florestal no estado da Califórnia.
O Presidente não respondeu aos comentários de bombeiros e pessoas que perderam as suas casas nos incêndios, optando por elogiar o trabalho dos bombeiros.