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Marcelo. Portugal contra exército europeu

10 nov, 2018 - 18:29

O Chefe de Estado não responde diretamente à polémica Trump/Macron mas lembra que esta é uma "matéria que já foi debatida no Parlamento português" e em que "há uma posição consensualmente aceite e apresentada a nível europeu".

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O Presidente da República refere que o reforço da defesa da União Europeia (UE) é complementar à NATO e não se traduz na criação de um exército europeu.

"Portugal entende que é importante um empenho crescente dos europeus em matéria de defesa e segurança, indissociável dos compromissos assumidos com os nossos aliados transatlânticos, nomeadamente os Estados Unidos da América e o Canadá", disse Marcelo Rebelo de Sousa, em resposta a uma pergunta sobre a polémica entre os Presidentes de França, Emmanuel Macron, e dos Estados Unidos, Donald Trump.

"Ficou claro no debate parlamentar [em Portugal] que não se trata de um exército europeu, trata-se, sim, de um reforço do empenho, e um empenho que é complementar daquele que é traduzido pela Aliança Atlântica dos europeus no cenário europeu e nos cenários vizinhos", acrescentou, em declarações aos jornalistas portugueses à margem da visita à exposição "Portugal e a Grande Guerra", em Paris.

O Chefe de Estado frisou que esta é uma "matéria que já foi debatida no Parlamento português" e em que "há uma posição consensualmente aceite e apresentada a nível europeu".

Questionado sobre se Portugal e a França têm posições diferentes, Marcelo recusou comentar o que diz o Presidente francês, insistindo: "Eu só estou a dizer qual é que é a posição portuguesa, a posição portuguesa é que não se trata de um exército europeu. Isso ficou claro no debate da Assembleia da República".

O Parlamento aprovou, em dezembro do ano passado, três resoluções, do PS, PSD e CDS, a recomendar a adesão de Portugal à cooperação estruturada permanente de defesa e segurança (PESCO, na sigla original), formalizada por Bruxelas a 11 de dezembro de 2018, e explicitando a recusa de que este mecanismo evolua para a criação de um exército europeu.

A polémica entre Trump e Macron estalou na sexta-feira à noite, depois de o Presidente norte-americano, reagindo a declarações do homólogo francês à rádio Europa 1 defendendo a criação de um "exército europeu", escrever uma mensagem na rede social Twitter, em que considerava a posição de Macron como "muito insultuosa" e alegava que a Europa queria proteger-se dos Estados Unidos.

Já hoje, Macron afirmou que o "exército europeu" que defende não tem como alvo os Estados Unidos e aludiu a uma "confusão" na interpretação que desencadeou a crítica de Donald Trump.

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  • Cidadao
    10 nov, 2018 Lisboa 19:58
    Claro, podíamos lá aprovar um Exército Europeu, logo em Portugal, onde certas franjas da população acham, liricamente, que as Forças Armadas não servem para nada e não as devíamos ter, devíamos canalizar esse dinheiro para reformas, hospitais, escolas, pensões, etc, e se houvesse problemas, chamávamos a Nato - como se esta fosse a nossa polícia privada, sempre pronta a acudir e a vir safar-nos o coiro e ainda por cima de borla.

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