09 nov, 2018 - 18:42
O advogado José Figueiredo - que, segundo o “Correio da Manhã”, era o alegado líder de uma rede de jogo ilegal desmantelada pela GNR esta semana - saiu em liberdade do tribunal sem ser indiciado da prática de qualquer crime, apurou a Renascença.
A rede operava em sete países em simultâneo – Portugal, Bélgica, Brasil, França, Luxemburgo, Moçambique e Suíça – através da expansão ilícita de domínios sediados em servidores identificados e software para o desenvolvimento de jogos de fortuna e azar, lotarias e apostas desportivas, com base na disponibilização de hardware a uma extensa teia de operadores locais e exploradores de estabelecimentos de restauração e bebidas.
Através desta rede de jogo ilegal, o grupo conseguiu gerar uma receita de cerca de 80 milhões de euros, sobre a qual se defraudou o pagamento dos impostos devidos em cada um dos referidos países.
Dado o facto de a rede abarcar sete jurisdições, na sua maioria europeias, a operação “Shadow Game” contou com a cooperação, o patrocínio e o apoio operacional da EUROPOL e, no âmbito da coordenação da cooperação judiciária, contou também com a intervenção do EUROJUST.
No âmbito desta operação da GNR foram detidas 31 pessoas, que começaram a ser presentes a tribunal na passada quarta-feira. Ao que a Renascença apurou, José Figueiredo estava detido desde terça-feira e foi presente a um juiz ontem, quinta-feira, altura em que abandonou o tribunal sem que lhe fosse imputado qualquer crime.
Durante a operação “Shadow Game”, cerca de mil militares realizaram 267 buscas domiciliárias e não domiciliárias em Portugal e oito no Luxemburgo. Sete das detenções deram-se em flagrante delito.
Em comunicado, a GNR avança ainda que foram constituídas arguidas 14 sociedades comerciais e 93 pessoas singulares de nacionalidades portuguesa, brasileira, luxemburguesa e suíça.