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Casa Branca justifica suspensão de credencial a jornalista com vídeo falso

08 nov, 2018 - 13:57

A porta-voz do Presidente dos EUA partilhou um vídeo do site InfoWars, conhecido pelas suas teorias da conspiração e cujo dono foi recentemente suspenso de todas as redes sociais.

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A porta-voz da Casa Branca divulgou um vídeo falso e manipulado para justificar a suspensão da credencial ao jornalista da CNN Jim Acosta. O vídeo, produzido e difundido pelo conhecido site de notícias falsas e teorias da conspiração InfoWars, foi partilhado por Sarah Huckabee Sanders na rede social Twitter.

A Casa Branca suspendeu na quarta-feira a credencial a Acosta, após este ter pressionado Donald Trump sobre a caravana de migrantes vinda da América Central que está em rota para a fronteira entre o México e os Estados Unidos. O repórter da CNN tentou também perguntar ao Presidente se está preocupado com a investigação em curso à alegada ingerência russa nas eleições presidenciais de 2016.

As questões irritaram Trump, que tentou desviar a pergunta. Perante a insistência de Jim Acosta, o Presidente norte-americano mandou uma "jovem estagiária" tirar o microfone ao jornalista. Trump acabou por não responder às perguntas e insultou o jornalista, acusando-o de ser uma “pessoa mal educada” e “terrível”.

As imagens do momento foram alteradas pelo site InfoWars, cujo fundador e dono, Alex Jones, foi recentemente suspendo das redes sociais por propagar teorias da conspiração.

Na sua versão falsa do que aconteceu, é dado destaque ao momento em que a funcionária tenta retirar o microfone a Acosta, que tenta segurá-lo. As imagens do momento foram aceleradas e o site afirma que Acosta "claramente usa o braço esquerdo para fisicamente restringir/resistir à mulher". O vídeo faz uma aproximação aos braços do jornalista e da funcionária e aumenta a velocidade do momento.

Sarah Sanders, secretária de imprensa, partilhou o vídeo do InfoWars, garantindo: "Não vamos tolerar o comportamento inapropriado claramente documentado neste vídeo."

Recentemente, Alex Jones viu as suas contas serem removidas em várias redes sociais, como o Facebook, o Spotify, a Apple a Google Vídeos e o Youtube por promover o discurso de ódio e de não seguir as regras das comunidades que utilizam as várias redes sociais.

Alex Jones e o site InfoWars são conhecidos pelos seus conteúdos racistas, homofóbicos, machistas e pró-Trump. Uma das suas mais famosas teorias falsas surgiu após o massacre na escola Sandy Hook, em 2012, que matou 20 crianças e seis adultos, quando o responsável do 'InfoWars' garantiu que as 26 vítimas eram atores e que o tiroteio não passou de uma fraude.

Comentários
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  • José Cruz Pinto
    09 nov, 2018 ILHAVO 05:27
    Não falta, não, o lápis azul, porque tudo isto é bem pior, aproximando-se já do extremo. Aldrabões-mor - como o Trump, o Orban, os novos "donos" da Polónia e cada vez maior número de dirigentes (ou candidatos) de estados anteriormente civilizados e, mais recentemente ainda, o Bolsonaro - não olham nem olharão a meios para concretizarem os objectivos de uma cada vez mais clara agenda ditatorial, dita liberal mas socialmente criminosa. Não lhe faltam aliados convictos ou de conveniência, como agora no caso dos incompetentes do FMI, que já vieram por exemplo louvar a desdita do Brasil. Se não lhes fizermos face, nada sobrará da democracia e da mais elementar decência e moralidade social e política e, a longo prazo, da própria civilização.
  • rui xisto
    08 nov, 2018 braga 21:40
    Vale tudo para censurar a imprensa. Tiques autocraticos até mais não. Só falta o lápis azul.

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