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Polígrafo. Projeto jornalístico de verificação de factos lançado na Web Summit

06 nov, 2018 - 23:29

O site vai fazer "a verificação daquilo que é dito no espaço público por políticos, por comentadores, por influenciadores e nas redes sociais de forma geral", explica um dos fundadores.

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Um projeto jornalístico online criado para ajudar os leitores a fazer 'fact checking' (verificação dos factos) foi lançado esta terça-feira na cimeira tecnológica Web Summit por um jornalista e dois sócios, que investiram "centenas de milhares de euros".

Em causa está o Polígrafo, um "jornal só de 'fact checking'", disse à agência Lusa o responsável pelo projeto, Fernando Esteves, falando à margem da Web Summit, no Parque das Nações, em Lisboa.

"Fazemos a verificação daquilo que é dito no espaço público por políticos, por comentadores, por influenciadores [...] e nas redes sociais de forma geral", acrescentou.

Para isso, o jornal terá como critérios a "importância do protagonista - se é primeiro-ministro, se é membro do Governo, se é líder de um partido - e por outro lado a sua capacidade de influência, ou seja, a capacidade que a pessoa tem para influenciar o debate público e aí já estamos a falar de influenciadores e de comentadores", explicou o responsável.

Fernando Esteves justificou que a plataforma surge por as "democracias liberais estarem a viver um tempo muito difícil", com as pessoas a deixarem "de confiar nos políticos", e pelo estado atual do jornalismo, com as "redações a esvaziarem-se e a perderam memória".

"Neste momento, 60% das notícias que as pessoas leem vêm das redes sociais e não há triagem jornalística", observou.

Já questionado sobre o porquê do lançamento na Web Summit, Fernando Esteves afirmou que "fazia todo o sentido" pelo tipo de iniciativa.

É "um projeto inovador, um projeto pioneiro, um projeto que vai fazer recurso às novas tecnologias para fazer 'fact checking' automático" com recurso à inteligência artificial, sublinhou.

Ao todo, a plataforma conta com 10 pessoas na "estrutura fixa" e uma "rede de 25 colaboradores", entre jornalistas, gestores de redes sociais e responsáveis pela área de vídeo.

Quanto ao investimento, Fernando Esteves escusou-se a especificar, falando antes numa alocação de "centenas de milhares de euros" pela empresa fundadora, composta, além deste jornalista, pelas companhias Be Creative Media (de audiovisuais) e Emerald Group (multinacional de consultadoria financeira).

"Não vamos meter muitos conteúdos por dia no site" e "não vamos ser reféns da ditadura das 'page views'", garantiu, notando que as receitas do Polígrafo serão, essencialmente, obtidas através de publicidade.

A redação está sediada no Príncipe Real, em Lisboa.

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