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​António Costa: “Empresas têm que fazer a sua parte” para regresso dos emigrantes

06 nov, 2018 - 22:45 • José Pedro Frazão

Em entrevista à Renascença na Web Summit, o primeiro-ministro defende que é preciso criar empregos de qualidade e bem remunerados "para recuperar a geração” que saiu do país por causa da crise dos últimos anos.

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António Costa. “Empresas têm que fazer a sua parte” para atrair jovens emigrantes
António Costa. “Empresas têm que fazer a sua parte” para atrair jovens emigrantes

As empresas têm que fazer a sua parte para que os jovens cérebros que emigraram regressem a Portugal, defende o primeiro-ministro, António Costa, numa entrevista à Renascença à margem da Web Summit, em Lisboa.

António Costa afirma que o Governo já está a trabalhar nesse sentido, nomeadamente, através de um bónus fiscal para emigrantes que regressem nos próximos dois anos e de outras políticas públicas.

“Nós damos a nossa contribuição, assegurando que durante cinco anos têm uma isenção de 50% do rendimento que vierem a auferir em Portugal. Isso significa, também, que as empresas têm que fazer a sua parte, oferecendo oportunidades de trabalho que sejam interessantes para essa geração poder regressar a Portugal”, desafia o primeiro-ministro.

António Costa não define uma meta para o regresso de emigrantes. Considera que “o essencial é haver uma vontade inequívoca da sociedade para recuperar esta geração”.

“Nestes anos perdemos, pelo menos, 120 mil jovens altamente qualificados. Claro que muitos organizaram a sua vida lá fora e não poderão voltar, mas há muitos outros que se tiverem uma boa oportunidade regressarão. E isso não é só bom para eles e para as suas famílias, é muito importante para o país, porque temos uma grande carência de recursos humanos e as políticas de natalidade só produzirão resultados a 25 anos”, sublinha.

António Costa garante que a Administração Pública vai dar a sua contribuição, através da abertura de um “grande concurso de mil técnicos superiores” e de outras medidas que tornem Portugal mais atrativo para quem partiu durante os anos de crise.

“É preciso garantir que o emprego seja de qualidade, bem remunerado, acesso acessível à habitação, pré-escolar para todas as crianças a partir dos três anos, mais creches, manuais gratuitos, para que as jovens famílias possam olhar para Portugal como um país com oportunidades de emprego que os realizem, olhem para o custo de vida e para o salário que lhes é oferecido e digam: Portugal é uma boa opção para podermos regressar”, remata o primeiro-ministro nesta entrevista à Renascença, durante a Web Summit 2018.

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  • Maria Manuela Nunes das Neves
    07 nov, 2018 10:52
    E o Governo não terá que fazer a sua parte ajudando as empresas?
  • José de Moura
    07 nov, 2018 Sintra 10:13
    Voluntariado na Web Summit? A que propósito? Algo está mal; mesmo muito mal! Inspecção do trabalho!?

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