05 nov, 2018 - 12:32
Uma equipa da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra foi a primeira a provar que é possível substituir o composto tóxico estireno, utilizado em grande escala na indústria, por uma molécula natural extraída da resina dos pinheiros.
Devido aos “problemas ambientais do estireno, que são agravados pelo facto de ser um monómero [molécula] muito volátil e, portanto, classificada como perigosa”, o grupo de investigadores de Coimbra começou por “utilizar moléculas que são de fonte renovável, neste caso, a resina do pinheiro”, explicou à Renascença Jorge Coelho, professor do Departamento de Engenharia Química da Universidade de Coimbra e coordenador da equipa de investigação.
A comunidade científica já tinha assinalado como “urgente encontrar uma alternativa ao estireno, devido ao problema de toxicidade”, relembrou o professor.
Até ao momento ainda não tinha sido encontrada uma substância que fosse capaz de assegurar as mesmas propriedades e o mesmo desempenho do composto químico. “O estireno tem, de facto, propriedades que conferem grande resistência mecânica aos materiais”, explicou Jorge Coelho.
No ponto de partida da investigação esteve a necessidade de perceber se “a partir de um material de base natural seria possível encontrar uma estratégia e uma nova molécula que fosse utilizada como substituída”.
A nova molécula tem por base o "sobrerol, um composto de estrutura cíclica, que pode ser obtido a partir da transformação de materiais extraídos da resina do pinheiro", o professor da Universidade de Coimbra realça que é uma molécula de fonte verde com as mesmas propriedades térmicas e mecânicas.
A Universidade de Coimbra considera que esta descoberta terá grande impacto na indústria, dado que o estireno é dos compostos mais usados, com previsões de crescimento do seu consumo de 4,9% entre 2018 e 2023.