02 nov, 2018 - 11:01
Os diretores dos agrupamentos de escolas públicas mostram-se preocupados sobre os cortes previstos no Orçamento do Estado para 2019 para a despesa com pessoal.
“Estamos muito apreensivos, sabendo que houve um corte na despesa de pessoal em relação ao ano civil passado. Não augura um bom futuro. Ainda temos nas escolas escassez de funcionários”, afirma esta sexta-feira o presidente da associação que reúne aqueles diretores.
Filinto Lima diz não se admirar “que a Escola D. Maria II em Braga esteja fechada” e acrescenta que não há mais “porque os diretores fazem um esforço enorme para que se mantenham abertas”.
Convidado da Manhã da Renascença no dia em que o ministro da Educação explica, no Parlamento, o orçamento para o setor, o presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas reconhece avanços.
“Reconhecemos que este Ministério já dotou as escolas de 2.500 funcionários, temos de reconhecer isso, mas são ainda insuficientes”, refere.
“Eu falo com qualquer diretor de escola e todos têm escassez de funcionários e todos têm em casa funcionários doentes. Nós temos, em Portugal, 811 diretores – portanto, 811 agrupamentos, o que dá mais de cinco mil escolas. Acho que mais funcionários nas escolas públicas portuguesas é importante”, destaca ainda.
Filinto Lima defende que “o Orçamento do Estado tem de investir no seu pessoal, quer nos professores, onde já percebemos que vai haver cortes, quer nos funcionários, que são peça essencial. E neste momento não falo só nos assistentes operacionais, falo também daqueles funcionários cujo trabalho por vezes não se percebe, mas que têm um trabalho fantástico e que são os funcionários das secretarias, onde também há, em algumas escolas, escassez”.
“Prevejo uma enorme adesão”
Enquanto o ministro Tiago Brandão Rodrigues estiver a apresentar o Orçamento do Estado para a Educação, os professores vão realizar um plenário na rua, junto à Assembleia da República.
Filinto Lima acredita que a concentração de protesto irá fechar muitas escolas, deixando centenas de alunos sem aulas
“A contar com o que aconteceu há uma semana – tivemos uma forte greve nas escolas há oito dias – prevejo uma enorme adesão e prevejo as escolas fechadas ou então os alunos a deambular pelos recreios”, afirma na Renascença.
O ministro da Educação é ouvido por volta das 14h00, durante a apreciação na especialidade do Orçamento do Estado para 2019.