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Pode o sistema nervoso proteger-nos de infeções? Investigador português faz história

30 out, 2018 - 10:23

Pela primeira vez, um português recebe o restrito prémio Allen Distinguished Investigator, no valor de 1,3 milhões de euros. Henrique Veiga-Fernandes estuda a forma como o sistema nervoso interage e influencia diretamente o sistema imunitário.

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Um investigador português recebe, pela primeira vez, o prémio atribuído pelo cofundador da Microsoft – o Allen Distinguished Investigator, no valor de 1,5 milhões de dólares (1,3 milhões de euros). Henrique Veiga-Fernandes, do Laboratório de Imunofisiologia do Centro Champalimaud, foi o investigador distinguido.

O português elaborou “estudos pioneiros” para perceber a forma como o sistema nervoso e o sistema imunitário interagem no corpo humano para nos proteger das infeções.

Os estudos desenvolvidos por Henrique Veiga-Fernandes e a sua equipa permitiram identificar “unidades de células neuroimunes em diversas partes do corpo", incluindo o intestino, os pulmões, a gordura e a pele, segundo a instituição.

"Trata-se de regiões especializadas onde os neurónios e células imunitárias se juntam e comunicam de forma a influenciar a maneira como o organismo responde a ameaças exteriores tais como vírus e bactérias", explica a fundação.

O montante do prémio destina-se a um projeto de três anos e vai financiar o desenvolvimento de duas novas técnicas para medir como se processa a interação e comunicação celular.

Os cientistas vão criar marcadores fluorescentes especiais para ver quais são os neurónios que interagem com certo tipo de células imunitárias e desenvolver "uma etiqueta" específica para seguir certas células e ver o que acontece depois de terem interagido com neurónios.

Com estas técnicas, os cientistas esperam “novas pistas sobre a forma como os neurónios influenciam diretamente o sistema imunitário”.

Henrique Veiga-Fernandes é investigador principal no Centro Champalimaud. Estudou Medicina Veterinária em Lisboa e em Milão, doutorou-se em Imunologia em Paris e fez o pós-doutoramento em Londres.

Em 2009, regressou a Portugal para fundar o seu próprio grupo de investigação no Instituto de Medicina Molecular, em Lisboa.

O prémio, de periodicidade anual, destina-se a financiar pesquisas de "excepcional criatividade e impacto potencial", destacando ideias e esforços pioneiros, em áreas de fronteira, com um impacto transformador em biomedicina.

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