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Alunos do Instituto Espanhol sem hora de almoço. Uma "guerra luso-espanhola"?

25 out, 2018 - 14:13

Neste ano letivo, os alunos com mais de 11 anos passam a ter aulas das 8h20 às 15h15, apenas com dois intervalos de 15 minutos. O caso já chegou à Comissão Nacional de Proteção das Crianças e Jovens.

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O Instituto Espanhol em Lisboa acabou com a hora de almoço para os alunos com mais de 11 anos, que passam a ter jornada contínua. Ou seja, entram às 8h20 e saem às 15h15 sem hora de almoço. Têm apenas dois intervalos de 15 minutos.

A decisão causou polémica e é contestada pelos pais. Em Espanha, o jornal espanhol “El Pais” chama-lhe uma “guerra luso-espanhola”.

Antes de ser implementada a medida, os pais responderam a um inquérito feito pela escola. Mais de 70% disseram que discordavam da decisão, mas a direção manteve o novo horário a título experimental – pelo menos, durante este ano letivo.

Tânia Muñoz, mãe de duas alunas e psicóloga clínica, diz à Renascença que "não é rentável" para as crianças "passarem tantas horas seguidas com tão poucos intervalos para irem à casa de banho, comerem, conviverem, descansarem o cérebro".

"Nenhuma criança consegue ter a rentabilidade necessária para ter boas notas, para estar feliz, com três horas de aulas, quinze minutos para respirar e depois mais três horas de aulas. Isto para não falar do comer", defende.

Tânia diz que o método terá sido testado em Espanha, "mas não houve bons resultados" e lamenta que a escola não tenha ouvido os pais primeiro para perceber o impacto que o novo horário poderia ter nos alunos.

Outra mãe, Ana, lamenta a forma como a medida foi tomada a dois dias úteis do início do ano letivo, o que levou a que os pais se juntassem de forma espontânea no primeiro dia de aulas para contestar a decisão.

"Fizemos um recurso enviado para a Conselharia de Educação de Espanha em Portugal e diretamente ao Ministério da Educação em Espanha", conta.

O caso já chegou também à Comissão Nacional de Proteção das Crianças e Jovens, que diz que o novo horário pode pôr em causa o desenvolvimento, bem-estar e saúde dos jovens.

A direção da escola não se mostrou disponível para explicar à Renascença as razões desta decisão.

Comentários
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  • 26 out, 2018 10:46
    Ruas de lisboa em que so se fala frances"as rendas devem ser mais caras!

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