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Cáritas iniciou caminhada de 1 milhão de quilómetros ao lado de migrantes e refugiados

21 out, 2018 - 18:27 • Octávio Carmo, da Ecclesia, em serviço especial para a Renascença

Secretário-geral da confederação internacional da organização católica fala num “barómetro” de humanidade.

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A confederação internacional da Cáritas deu hoje início a uma caminhada de 1 milhão de quilómetros, em todo o mundo, em defesa dos migrantes e refugiados, uma iniciativa que se estende a vários países, incluindo Portugal.

“O encontro com os migrantes é provocador, mas é também o barómetro da nossa humanidade. Se rejeitamos os migrantes, eu penso que rejeitamos a humanidade e que rejeitamos Deus, também”, disse à Agência Ecclesia o secretário-geral da ‘Caritas Internationalis’, Michel Roy, em Roma.

A campanha global começou, simbolicamente, no coração da Roma antiga, dentro da igreja de Santa Maria da Luz, ponto de referência para a comunidade latino-americana na capital italiana, com a presença do cardeal Luis Antonio Tagle, presidente da confederação internacional da Cáritas.

O cardeal filipino deixou votos de que esta caminhada mundial “seja um ato de comunhão, solidariedade, com milhões de pessoas que estão a caminhar, sem saber onde a sua viagem irá terminar”.

Para o responsável, a ideia de “Partilhar a Viagem” é simbólica, mas também “muito efetiva” para passar a mensagem de solidariedade, por parte da organização católica.

A Cáritas Portuguesa explica, em comunicado, que todas as comunidades são desafiadas a participar nesta peregrinação, “física e espiritual, através da qual todos poderão aprender mais sobre aquele que caminha a seu lado, construir relações e, ao mesmo tempo, transmitir uma mensagem de união aos líderes políticos”.

Juntas, todas as organizações Cáritas no mundo pretendem alcançar um máximo de 1 milhão de quilómetros.

A iniciativa em Roma reuniu vários bispos e participantes no Sínodo dos Jovens, além de migrantes e trabalhadores da organização católica.

A nigeriana Beauty chegou a Roma num percurso que passou pela Líbia e a ilha de Lampedusa, como milhões de pessoas, e lamenta o clima de populismo e crispação política que se vive.

“Estou aqui para falar em nome de todas as pessoas que não estão aqui e que precisam da nossa paz em Itália. Precisamos de paz e justiça. Sem paz, não estamos confortáveis e não temos liberdade”, assumiu.

Michel Roy alertou para as consequências de uma globalização que não teve como objetivo “o desenvolvimento humano integral que a Igreja deseja”, mas a criação de “uma riqueza que não é partilhada, que é açambarcada”.

O secretário-geral da Cáritas Internacional recorda que a maior parte das migrações são de proximidade, pelo que as pessoas que chegam à Europa são “uma pequena parte dos migrantes, no planeta”.

“Na Europa, depois nos Estados Unidos e num certo número de países, no planeta, em vez de se tomarem em consideração as consequências negativas da globalização – e de se entender que é preciso deixar que todas estas pessoas vivam dignamente -, pelo contrário, voltam a fechar-se as portas”, lamenta.

A reportagem em Roma foi realizada em parceria para a Agência Ecclesia, Família Cristã, Flor de Lis, Rádio Renascença e Voz da Verdade

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