19 out, 2018 - 10:57 • Olímpia Mairos
Foi nos anos 80 do século passado que Georges Dussaud, fotógrafo francês, chegou, por acaso, à região transmontana. Chegou, gostou e ficou por uns tempos, porque quis saber mais.
Durante a sua estada, “retratou como ninguém uma terra que não é a sua, conseguindo captar a essência de um povo, ao registar em fotografia as pessoas e o seu modo de vida, os rostos, o quotidiano, as tradições”.
O fotógrafo que considera Trás-os-Montes “muito fotogénico”, uma “região autêntica, mas não folclórica” está agora de regresso à terra que calcorreou e registou em fotografias, para ser homenageado na 8ª edição do Plast&Cine.
Que emoções sentirá hoje o fotógrafo? Como é que os Brigantinos olham hoje para o dia a dia do mesmo povo? De que maneira o passado ajuda a entender o presente? – questões que, certamente, vão encontrar resposta durante o evento cultural.
A iniciativa da autarquia de Bragança e da Editorial Novembro – Edições Cão Menor contempla, durante dois dias, exposições, conversas e arte pública espalhados por diversos espaços culturais da cidade.
“São mais de 200 os intervenientes na cerimónia de abertura, dia 19, pelas 14 horas, na Praça da Sé, a darem as boas vindas ao homenageado, com um espetáculo cheio de cor, música, dança e teatro”, informa a organização em comunicado.
Depois da inauguração, Dussaud é encaminhado para os espaços culturais de Bragança, entre eles o centro de fotografia batizado com o seu nome (centro de fotografia Georges Dussaud), onde está patente a exposição “Georges Dussaud| A norte do norte – Trás os Montes na década de 80”, com curadoria de Jorge Costa.
Ainda nesta sexta feira, a partir das 21h30, no Auditório Paulo Quintela, o jornalista da Renascença Pedro Mesquita, um apaixonado pela rádio e pela fotografia, vai conversar com os fotojornalistas Adriano Miranda, Lucília Monteiro e Violeta Santos Moura.
No segundo e último dia do Plast&Cine 2018, sábado, acontece pelas 16 horas um dos pontos altos do programa, com a conferência Georges Dussaud – Vida e Obra, no centro de fotografia Georges Dussaud, que conta com as presenças, de Graça Morais, Joana Providência, Clara Crabbé Rocha, Sérgio Andrade e José Rodrigues Monteiro, com moderação do jornalista Nuno Moura Brás.
A anteceder o encerramento do programa é lançado, no centro de fotografia Georges Dussaud, pelas 21h30, o livro da edição do Plast&Cine de 2017, Souto de Moura- Vida e obra, por Luís Mário Doutel.
Durante o evento, pelas ruas do centro de Bragança, será possível encontrar 17 montras de lojas decoradas em homenagem a Georges Dussaud, numa iniciativa das lojas que se juntaram à iniciativa.
O presidente da Câmara Municipal de Bragança, Hernâni Dias, refere que “toda a comunidade está envolvida nesta homenagem sincera a Georges Dussaud, o fotógrafo que tem retratado e contribuído, como poucos, para eternizar no tempo as nossas gentes e a nossa essência”.
“É um fotógrafo que tem vindo a retratar de forma muito positiva aquilo que é a realidade, não só de Bragança, mas da região, desde há 40 anos a esta parte que tem vindo a fazer este trabalho e que culminou inclusivamente neste centro de fotografia aqui em Bragança”, realça.
Há oito anos que o Plast&cine homenageia, em cada edição, uma figura das Artes e a sua obra com eventos que permitem revisitar o espólio e o legado artístico e a interação de diferentes públicos, contando para o efeito com a presença do homenageado.
O Plast&Cine homenageou, desde 2009, Emília Nadal, José Rodrigues, Roberto Chichorro, Júlio Pomar, Graça Morais e Souto Moura.