19 out, 2018 - 10:01
A PSP está a pedir à população que colabore com informações na captura dos três detidos que na quinta-feira à tarde escaparam do Tribunal de Instrução Criminal do Porto.
Os indivíduos são, contudo, considerados perigosos, pelo que as autoridades pedem aos cidadãos para não os confrontarem. Os homens são suspeitos de dezenas de furtos a idosos na região do Grande Porto e fugiram do tribunal depois de o juiz de instrução lhes ter decretado prisão preventiva.
“Até ao momento, os indivíduos não foram localizados, mas as operações vão continuar para tentarmos localizá-los rapidamente”, afirma à Renascença o intendente Alexandre Coimbra, relações públicas da PSP.
“O que solicitamos é que, quem quer que possa ter informações sobre o paradeiro destes indivíduos, possa contactar com as autoridades policiais” e “lançamos um apelo à população para que contactem imediatamente a polícia local ou a divisão de investigação criminal da PSP do Porto, mas nunca interagir com estes suspeitos”, sublinha.
O mesmo alerta é feito por Rui Pereira, ex-ministro da Administração Interna e fundador do Observatório de Segurança, Criminalidade Organizada e Terrorismo (OSCOT).
“Como são perigosos, é muito difícil ter aqui um ato espontâneo de heroísmo, que pode sair caro a qualquer cidadão, mas é importante contactar imediatamente as autoridades”, realça.
Na Manhã da Renascença, Rui Pereira adianta que, “ao fugirem desta maneira, [estes indivíduos] cometeram mais um crime: o crime de evasão que é punível com pena de prisão até dois anos”.
“As medidas estão no terreno”
O intendente Alexandre Coimbra afirma que estão no terreno todas as medidas para que os três fugitivos sejam capturados “o mais rapidamente possível”.
“Lançámos já um alerta através dos nossos centros de cooperação policial e aduaneira, que controlam as nossas fronteiras e que depois fazem a difusão por outras vias. Portanto, não só envolvemos as forças e serviços de segurança através do sistema de segurança interna, que tem uma coordenação sobre todas as polícias, como estes centros de cooperação”, refere.
Na opinião de Rui Pereira, a PSP e a GNR devem, “nesta situação, em colaboração estreita – porque não há fronteiras de competência territorial para uma fuga – assegurar a perseguição aos fugitivos. Por outro lado, devem contar com a colaboração dos serviços de segurança, incluindo o de Estrangeiros e Fronteiras, porque não é de excluir que possam ter documentos falsificados”.
Além disso, é provável que, “beneficiando do facto de não haver fronteiras internas no espaço Schengen, estas pessoas tentem fugir. No caso de haver algum indício que possam fugir para o estrangeiro, convém emitir o mandado de detenção europeu”, acrescenta o especialista em segurança interna.
Os homens em fuga são dois irmãos gémeos e um cúmplice, todos com antecedentes criminais. Foram presentes ao juiz de instrução na quinta-feira, depois de terem sido detidos em flagrante delito na terça, em Baguim do Monte, concelho de Gondomar.