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Turquia e Síria trocam acusações na ONU

18 out, 2018 - 01:09

Em causa, o caso do jornalista Jamal Khashoggi que desapareceu depois de ter entrado no edifício do consulado saudita em Istambul.

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O desaparecimento do jornalista saudita Jamal Khashoggi em Istambul, na Turquia, originou uma troca de acusações entre os embaixadores sírio e saudita no Conselho de Segurança das Nações Unidas, ilustrando a tensão internacional em torno deste caso.

Após uma intervenção do embaixador saudita nas Nações Unidas Abdalah al-Mouallimi, sobre a situação na Síria, o seu homólogo sírio, Bashar Ja'Afari, pediu para responder.

"O embaixador saudita falou da vontade do seu país em ajudar o povo sírio, esquecendo que o seu regime é a principal causa do desenvolvimento do terrorismo na Síria, Iraque, Líbano, Jordânia, Egito, Líbia, Afeganistão, Nigéria e sudeste asiático", disse Bashar Ja'Afari.

O embaixador sírio acusou ainda os sauditas de "assassinarem horrivelmente um jornalista", frisando que não devem intervir no que está a acontecer na Síria.

Pedindo a palavra para retorquir, o embaixador saudita afirmou que o regime sírio "não tem de dar lições de moral como o embaixador sírio acabou de fazer".

"Fala do desaparecimento de um jornalista quando há centenas de jornalistas que desapareceram na Síria ou que acabaram em prisões sírias", replicou Abdalah al-Mouallimi.

O Reino Unido e os Estados Unidos fizeram uso da palavra nesta sessão do Conselho de Segurança da ONU para relembrar que era exigido que os oradores falassem apenas sobre o assunto em agenda, a Síria.

No dia 2 de outubro, Jamal Khashoggi foi visto a entrar no edifício do consulado saudita em Istambul, onde ia pedir documentação para o seu casamento com uma cidadã turca, e não chegou a sair.

O diário The New York Times e a estação televisiva CNN noticiaram na segunda-feira que a Arábia Saudita planeia reconhecer que o jornalista morreu sob a sua custódia no consulado, numa operação cujo controlo lhe escapou, um interrogatório que "correu mal", mas que tentará distanciar dos acontecimentos a cúpula do reino.

Segundo o diário nova-iorquino, cinco dos supostos 15 envolvidos no caso são próximos do príncipe herdeiro.

Na terça-feira, a CNN noticiou, citando uma fonte turca, que Jamal Khashoggi foi mesmo assassinado dentro do consulado saudita de Istambul há duas semanas e que o seu corpo foi depois desmembrado para ser retirado do edifício.

A polícia turca iniciou hoje buscas à residência do cônsul saudita, Mohammad Al-Otaibi, que, segundo a imprensa turca, estava presente no consulado quando Khashoggi foi morto, e que abandonou Istambul na terça-feira à tarde com destino a Riade.

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